Sustentabilidade do Fundo de Solidariedade do Clero é uma prioridade da Irmandade de São Pedro ad Vincula

Obra do Clero comemora 410 anos de existência

A Irmandade de São Pedro ad Vincula, que está a comemorar 410 anos de existência, tem duas grandes prioridades imediatas: garantir a sustentabilidade do Fundo de Solidariedade do Clero e promover a adaptação da Casa Sacerdotal, em Angra do Heroísmo, a novas valências.

O Fundo de Solidariedade do Clero foi criado no ano passado com o objetivo de garantir um mínimo de subsistência ao clero reformado (75 anos) que tenha pensões de reforma abaixo do valor da côngrua paroquial, estipulada em 800 euros.

“A Irmandade há muito que vem apoiando os sacerdotes numa situação mais precária mas fá-lo num quadro de ajuda regular , sem valor fixo, que é dada de acordo com as necessidades de cada um” disse ao Sítio Igreja Açores o responsável pela Irmandade de São Pedro ad Vincula, o Pe João Maria Mendes.

Este Fundo, foi constituído numa parceria entre a Diocese e a Irmandade, que é a entidade gestora e ambas contribuem anualmente para o Fundo, com um depósito fixo. A irmandade transfere o valor das quotas anuais dos seus membros e de todos aqueles que se inscreveram que constituem “a generalidade dos sacerdotes diocesanos” que contribuem com um valor anual fixo, indexado ao valor do estipêndio de duas missas.

O Fundo assegura o pagamento do diferencial entre a reforma da Segurança Social, que geralmente é baixa, porque os descontos que os sacerdotes fazem são pelo escalão mais baixo, e aquele que seria o seu ordenado se estivessem a paroquiar.

“A criação deste Fundo vem representar um salto qualitativo na lógica desta ajuda pois permitirá ultrapassar o mero assistencialismo”, frisa o sacerdote que neste momento elege como principal preocupação “garantir e solidificar a sustentabilidade deste Fundo de forma a que daqui a quatro ou cinco anos, quando os primeiros sacerdotes precisarem dele, o possamos garantir”.

Além disso, sublinha o sacerdote que é também Vigário Judicial e Chanceler da Cúria, “trata-se de um instrumento que garante mais tranquilidade e solidariedade para  quem trabalhou a vida toda e chega à idade de reforma e tem menos”. É também uma forma de dar “segurança e tranquilidade na velhice”, frisa o Pe João Maria Mendes.

De fora deste fundo ficarão os sacerdotes que aufiram pensões de reforma iguais ou superiores ao valor da côngrua paroquial (aqueles que foram funcionários públicos, professores de educação Moral e religiosa Católica, por exemplo) e todos aqueles que á data de 31 de dezembro de 2013 já tivessem completado 75 anos. “Esses já são apoiados por nós atualmente e vão continuar a sê-lo na medida das suas necessidades”.

Além do Fundo, a Irmandade de São Pedro ad Vincula, criada em 1604, com o intuito de proteger o clero pobre e mais vulnerável, é proprietária da Casa Sacerdotal, em Angra do Heroísmo e, numa parceria com a Diocese e a Fundação Pia Diocesana do Bom Jesus, gere o Lar Betânia, em Ponta Delgada.

Na Casa Sacerdotal de Angra residem dois sacerdotes com total autonomia mas o objetivo é “garantir através de uma parceria ou de meios próprios, desde que sustentáveis” as condições necessárias para assegurar novas valências para o caso de algum sacerdote precisar de cuidados de outro género. Esta valência está garantida em Ponta Delgada, no Lar Betânia, dada a proximidade com a Clínica do Bom Jesus, mas até à data “ainda não foi necessária”.

A Irmandade dispõe, ainda de um apartamento em Ponta Delgada, doado por Monsenhor Weber Machado que se encontra arrendado e o proveito da renda reverte a favor do Lar Betânia.

A atividade da Irmandade de São Pedro ad Vincula circunscreve-se ás ilhas Terceira e São Miguel, mas abrange todo o clero diocesano, espalhado por todas as ilhas, sem qualquer “condicionalismo”.

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