Novo ano pastoral é “uma oportunidade para dar continuidade” às interpelações do ano Santo da Misericórdia

Bispo de Angra encerrou Porta Santa da catedral insular com a participação dos principais agentes da ação social da ilha Terceira

As orientações diocesanas para o ano pastoral que começou há pouco mais de um mês constituem uma “oportunidade para dar continuidade às interpelações do Ano da Misericórdia”, disse este domingo o bispo de Angra durante a homilia da Missa solene que assinalou o encerramento da Porta Santa da Sé de Angra do Heroísmo.

“Estamos ainda a iniciar o nosso ano pastoral que se norteia por dois objectivos principais: a renovação e valorização da piedade popular e a pastoral social. Uma oportunidade para dar continuidade às interpelações do Ano da Misericórdia” disse D. João Lavrador aos inúmeros agentes da pastoral social da igreja, dirigentes e funcionários das diferentes instituições particulares de solidariedade social que participaram nesta celebração a convite da Cúria diocesana.

“Ao convidar as diversas instituições e as pessoas que nelas trabalham que se dedicam às obras de misericórdia, quisemos realçar o muito que se faz, mas sobretudo o belo espirito de misericórdia com que se empenham no compromisso para com os mais excluídos e pobres da sociedade; e ainda renovarmos a nossa forma de ser e de actuar junto de Deus que em Jesus Cristo nos revela permanentemente o Seu rosto misericordioso”, disse o prelado

Referindo-se aos sinais apresentados como itinerários do ano jubilar- a porta santa, a peregrinação, a Palavra de Deus, o sacramento da reconciliação, a eucaristia, a partilha fraterna e a oração- D. João lavrador desafiou os presentes a prossegui-los.

“Mais conscientes do olhar misericordioso de Deus sobre todas as suas criaturas projectamos uma visão mais serena mas também mais profunda sobre a nossa realidade social, sentindo de igual modo um ímpeto dentro de nós de caminharmos para junto dos mais necessitados para lhes oferecer pela palavra e pelos gestos a esperança que lhes falta” afirmou o bispo de Angra.

“A misericórdia dilata o coração e faz-nos mais atentos à dignidade de cada irmão a necessitar a nossa presença e colaboração”, precisou ainda.

Deste modo, “nas nossas paróquias, nas comunidades, nas associações e nos movimentos – em suma, onde houver cristãos –, qualquer pessoa deve poder encontrar um oásis de misericórdia” desafiou o prelado socorrendo-se das palavras escritas pelo Papa na bula de proclamação do Ano Santo, Misericordiae Vultus.

“Numa sociedade na qual a pessoa é um número e tantas vezes descartável, sem o reconhecimento da sua dignidade e objecto das mais vis explorações, só com o olhar misericordioso de Jesus Cristo se sente a força para nos lançarmos na aventura de oferecer a Boa Nova da Misericórdia reconstruindo a pessoa e a sociedade” sublinhou D. João Lavrador.

“Nós não seguimos uma religião de medo ou de catástrofe, muito pelo contrário seguimos a Jesus Cristo que nos revelou o coração amoroso do Pai e que nos convida à esperança fundamentada no amor e à alegria” disse salientando que Cristo nos interpela “no tempo presente e sem rodeios” a condutas que estimulem uma “verdadeira relação com Deus que é a suprema verdade, o absoluto bem, o infinito amor, a plenitude da misericórdia, da bondade e da ternura.”

“Porque temos necessidade da misericórdia do Pai e porque o mundo necessita de ser olhado com misericórdia, sentimo-nos agora mais conscientes e capazes de encetar uma evangelização norteada pela misericórdia” destacou.

D.João Lavrador instou, ainda, os presentes a concretizarem estes sinais de misericórdia em obras concretas pois “Só deste modo a sua mensagem é credível”.

“Pela palavra e pelos gestos, os discípulos de Jesus Cristo devem penetrar no coração de cada pessoa e convidá-la a reencontrar-se com as fontes da misericórdia que nos vêem do Pai” acrescentou o bispo de Angra.

A Porta Santa da Sé de Angra encerrou esta tarde depois de uma procissão que percorreu as principais ruas da cidade património desde a Igreja da Misericórdia, onde houve uma celebração da palavra até à Catedral, na rua da Sé. A Eucaristia foi concelebrada por muitos sacerdotes da ilha Terceira.

Este domingo, à semelhança do que aconteceu em todas as igrejas particulares, foram encerradas 23 portas santas na diocese de Angra.

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