Peditório da Cáritas um pouco abaixo dos valores do ano passado

Generosidade das pessoas continua a ser “grande” diz Anabela Borba

A Cáritas da ilha Terceira arrecadou este fim de semana cerca de 12 mil euros, um valor “ligeiramente” abaixo do verificado no ano passado disse ao Sítio Igreja Açores a presidente, Anabela Borba.

A organização católica, que acaba de assinalar a Semana da Cáritas sob o lema- Um coração da igreja no mundo-  obteve, a nível diocesano, 12.318 euros enquanto que no ano passado esse valor foi de 13.260 euros, embora ainda falte apurar a receita em três paróquias da ilha Terceira.

No contexto da Cáritas Diocesana, a Cáritas da Terceira foi a única que fez peditório de rua durante a Semana que passou e será a única que em julho fará um novo peditório, desta feita de alimentos.

“Nós precisamos muito de bens essenciais para distribuir pelos nossos utentes mas também precisamos de dinheiro para chegar a outras carências e por isso torna-se muito importante este peditório” que foi realizado num espetáculo solidário, nas Missas do passado domingo e também na rua, sobretudo junto às grandes superfícies.

De resto, foi aqui que decorreu também o peditório da Cáritas de São Miguel que se restringiu a bens alimentares, tal como no Pico, no Faial e na Graciosa.

Numa altura em que  a organização, seja a nível diocesano seja a nível nacional reconhece que “não consegue chegar a todos os pedidos”, estes peditórios ganham uma outra importância. Ainda hoje, o presidente nacional da Cáritas, Eugénio Fonseca, dizia em declarações aos jornalistas que a organização “fica sempre aquém daquilo que foram os pedidos das pessoas porque nunca tivemos capacidade para responder na totalidade às necessidades apresentadas. Andamos sempre na ordem dos 47% da atribuição de ajudas relativamente à totalidade daquilo que nos era solicitado”, disse. E, isto porque os pedidos de ajuda aumentam e surgem também de pessoas que trabalham mas cujo rendimento é insuficiente.

“Os níveis de pobreza no nosso país que é uma forma, entre outras de exclusão, aumentaram consideravelmente. O país está mais empobrecido e o que é preocupante é que auferem baixos rendimentos apesar de terem salário garantido. O que quer dizer também uma das opções dos últimos anos foi a baixa de salários, foi as condições de trabalho impostas que pouco dignificavam a prestação das pessoas. A degradação das próprias condições de trabalho”.

A Cáritas defende por isso a necessidade urgente de se encarar a pobreza como um desígnio nacional em que possam intervir políticos, agentes económicos, os trabalhadores e todos os órgãos intermédios da sociedade.

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