“Não ao nome de Deus para justificar violência, terrorismo e opressão”- Papa Francisco

Foto: Vatican Media

Francisco, na rede social X (ex twitter)x, pede o fim da instrumentalização das “religiões para incitar o ódio, a violência, o extremismo e o fanatismo”

O papa Francisco apelou hoje ao fim da instrumentalização da religião para fins terroristas e políticos, no dia em que se assinala a memória das vítimas de atos de violência baseados na religião ou crença.

“Renovo o apelo para que cessem de instrumentalizar as religiões para incitar ao ódio, à violência, ao extremismo e ao fanatismo cego e deixem de usar o nome de Deus para justificar atos de homicídio, de exílio, de terrorismo e de opressão”, escreveu o papa na rede social X ecoando algumas palavras do Documento sobre a fraternidade humana.

O Papa recorda relatórios de organizaçãos não governamentais internacionais para sublinhar que os cristãos hoje são dos grupos religiosos mais perseguidos em todo o mundo.

De acordo com a organização “Portas Abertas”, por exemplo,  o aumento de atos violentos com base religiosa contra minorias cristãs é particularmente evidente na Índia (Manipur), Paquistão (Punjab), Nigéria, Camarões e Bangladesh. Vários incidentes foram relatados, como o que aconteceu em 17 de maio com um menino de oito anos em Dhaka, Bangladesh, que foi hospitalizado com queimaduras graves depois que vizinhos derramaram água fervente sobre ele. Seus pais são ex-muçulmanos convertidos ao cristianismo. No estado de Manipur, no nordeste da Índia, confrontos violentos vêm ocorrendo há quase três meses devido às tensões entre o grupo étnico Meitei, predominantemente hindu, e a minoria Kuki-Zomi, predominantemente cristã. As tensões, que já causaram dezenas de mortes, aumentaram, segundo o comunicado, depois que o governo pró-hindu de Manipur decidiu conceder mais terras e privilégios aos Meitei, forçando os Kuki cristãos a fugirem. Em julho passado, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução urgente sobre essa situação, conclamando o governo indiano a “tomar todas as medidas necessárias” para pôr um fim imediato à violência em curso por motivos étnicos e religiosos”.

Em África, a Nigéria tem o maior número de cristãos mortos por causa de sua fé: 5.014 casos foram documentados em 2023.

“A violência, perpetrada principalmente por grupos militantes islâmicos”, relata a “Portas Abertas”, ao lembrar que “há muito tempo está espalhada por todo o continente, começando pelo Sahel e pela bacia do Lago Chade, aterrorizados pelo Boko Haram, e pela costa leste da África até Moçambique. Até mesmo Camarões, que tem uma maioria cristã (mais de 60%), sofreu ataques brutais dos combatentes do Boko Haram contra vilarejos cristãos no extremo norte durante vários anos. ”

Os ataques aos cristãos, continua o texto, não assumem exclusivamente a forma de ataques diretos à vida da vítima, mas podem assumir muitas formas de violência física ou material. Além de pessoas mortas e feridas, há ataques a igrejas e outros edifícios, como escolas e clínicas, encerramento de igrejas, prisões arbitrárias ou trabalhos forçados.

“Sequestros, agressões sexuais, casamentos forçados, abuso físico e psicológico, deslocamento, casas ou negócios destruídos ou saqueados” são outras formas de violência contra essas comunidades de fiéis.

(Com Vatican News)

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