“Não se anuncia o Evangelho parado”, num escritório, numa escrivaninha ou como “leões do teclado” no computador, afirmou o Papa

Foto: Vatican News

“Não há anúncio sem movimento, sem caminhar”, disse Francisco na audiência geral desta quarta-feira

O Papa afirmou hoje que “não se anuncia o Evangelho parado, fechado num escritório, sentado à escrivaninha”, nem num computador alimentando “polémicas como ‘leões do teclado’”.

“Não se anuncia o Evangelho parado, fechado num escritório, sentado à escrivaninha ou no computador, fazendo polémicas como ‘leões do teclado’ e substituindo a criatividade do anúncio por copiar e colar ideias”, disse Francisco, esta manhã, na Praça São Pedro, na audiência geral desta quarta-feira.

Na catequese sobre o zelo de evangelizar, o Papa salientou que “o Evangelho é anunciado movendo-se, caminhando, indo”, e explicou que é preciso “estar livres de esquemas, preparado para as surpresas”, pronto para partir porque “o Senhor passa de forma surpreendente”.

“É importante ter esta prontidão para a novidade do Evangelho, esta atitude que é um impulso, uma tomada de iniciativa, um ‘ir primeiro’. É um não deixar escapar oportunidades para promulgar o anúncio do Evangelho da paz, aquela paz que Cristo sabe dar mais e melhor do que o mundo”, desenvolveu Francisco, que, no final da audiência, destacou a atualidade da encíclica ‘Pacem in Terris’, documento do Papa João XXIII que fez 60 anos esta terça-feira.

O Papa continuou, na catequese da audiência semanal sobre evangelização, a centrar-se em São Paulo e destacou que o apóstolo fez uma lista com as “armaduras” para a batalha espiritual, como “a prontidão para propagar o Evangelho, traduzida por alguns como ‘zelo’”, no capítulo 6° da carta aos Efésios.

“Paulo não ignora o perigo de um zelo distorcido, orientado numa direção errada. Às vezes, deparamo-nos com um zelo mal orientado, obstinado na observância de normas puramente humanas e obsoletas para a comunidade cristã”, referiu.

Segundo Francisco, não se pode “ignorar a solicitude com que alguns se dedicam a ocupações erradas mesmo na comunidade cristã”, que se podem “vangloriar de um falso zelo evangélico enquanto se persegue, na realidade, a vanglória ou as próprias ideias ou um pouco de amor-próprio”.

“O zelo evangélico é o apoio no qual se baseia o anúncio, e os anunciadores são um pouco como os pés do corpo de Cristo que é a Igreja. Não há anúncio sem movimento, sem ‘saída’, sem iniciativa. Isto significa que não há cristão se ele não estiver a caminho, se ele não sair de si para pôr-se a caminho e anunciar. Não há anúncio sem movimento, sem caminhar.

O Papa incentivou os presentes a serem “evangelizadores que se movem, sem medo, que vão em frente”, para levar a beleza de Jesus, “para levar a novidade de Jesus que muda tudo”.

“Muda também o coração: Você está disposto a deixar que Jesus mude o seu coração? Ou você é um cristão morno, que não se move. Pense bem: Você é um entusiasta de Jesus, vai em frente? Pense um pouco”, pediu na audiência geral pública desta primeira quarta-feira de Páscoa.

No final da audiência, o Papa cumprimentou os peregrinos nos diversos grupos linguísticos, e aos de língua portuguesa com votos de “uma Páscoa feliz, na paz de Cristo”, assinalou que Jesus ressuscitou “e não deixará faltar nada”: “Apoiados nesta certeza, conseguiremos superar todas as dificuldades”.

(Com Ecclesia)

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