Papa alerta para religiosidade feita de “observância formal” e exterior

 

O Papa alertou hoje no Vaticano para uma fé centrada na “observância formal”, que leva a uma religiosidade “exterior e distante”, criticada por Jesus nos Evangelhos.

“Este problema não existia apenas no tempo de Jesus, ele também está presente hoje. Às vezes, por exemplo, ouvimos: ‘Padre, eu não matei, não roubei, não fiz mal a ninguém…’, como se dissesse: ‘Eu estou bem’. Aí está a observância formal, que se contenta com o mínimo indispensável, enquanto Jesus nos convida ao máximo possível”, assinalou, desde a janela do apartamento pontifício, antes da recitação da oração do ângelus.

Falando aos peregrinos e visitantes reunidos na Praça de São Pedro, Francisco sustentou que “Deus não raciocina por cálculos e tabelas”, mas ama cada um “ao máximo”.

“Deus ama-nos primeiro, gratuitamente, dando o primeiro passo em direção a nós sem que o mereçamos. Por isso, não podemos celebrar o seu amor sem, por nossa vez, dar o primeiro passo para nos reconciliarmos com quem nos feriu”, acrescentou.

O Papa referiu que os ensinamentos de Jesus mostram que “as normas religiosas são úteis, são boas, mas são apenas o começo”, sendo necessário “ir além da letra e viver o seu significado”.

“O amor verdadeiro nunca é até um certo ponto e nunca se dá por satisfeito; o amor vai sempre além”, observou.

Como vivo a fé? É uma questão de cálculos, de formalismos, ou é um caso de amor com Deus? Estou satisfeito por não fazer o mal, apenas, por manter a fachada, ou tento crescer no amor por Deus e pelos outros?”.

Francisco convidou os presentes a refletir sobre o “o grande mandamento de Jesus”, o de “amar o próximo” como Ele ama cada um.

“Talvez sejamos inflexíveis no julgamento dos outros e nos esqueçamos de ser misericordiosos, como Deus é connosco. Que Maria, que observou perfeitamente a Palavra de Deus, nos ajude a cumprir a nossa fé e a nossa caridade”, concluiu.

(Com Ecclesia)

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