Primeiro voo humanitário chegou a Lisboa com 267 refugiados

O aeroporto militar de Figo Maduro, em Lisboa, acolheu hoje o primeiro voo humanitário com refugiados vindos da Ucrânia, em fuga da guerra no país europeu, num momento que o presidente da República Portuguesa considerou como “exemplar”.

O avião da Euroatlantic, vindo da Polónia – onde deixou 35 toneladas de material médico e hospitalar -, chegou pelas 13h25, naquele que foi o primeiro voo humanitário em espaço europeu para resgatar os que fogem do conflito.

Marcelo Rebelo de Sousa subiu a bordo para dar as boas-vindas aos refugiados, em nome do povo português, e disse aos jornalistas que “à sua maneira, esta foi uma história exemplar”.

“Tivemos a sociedade civil a tomar a iniciativa, tivemos o poder político a atuar em conjunto, com relevo naturalmente para o Governo; as câmaras municipais, o poder autárquico a atuar; a embaixada, sempre presente; e o voluntariado, a permitir esta operação”, referiu.

O chefe de Estado sustentou que “este foi dos momentos em que vale a pena fazer política”, referindo-se à forma como foi recebido a bordo pelos refugiados, que “aplaudiram Portugal, dizendo: ‘obrigado, obrigado’”.

Entre os 267 refugiados estavam muitas crianças e adolescentes.

A acompanhar Marcelo Rebelo de Sousa estiveram as ministras de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e da Administração Interna, Francisca Van Dunem, bem como a embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivets.

“O povo ucraniano e o povo português são irmãos, são amigos verdadeiros, muito obrigado, força Portugal Slava Ukraini (glória à Ucrânia)” disse a diplomata.

No aeroporto estiveram equipas médicas, elementos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e veterinários, pois a bordo viajaram também alguns animais de estimação.

100 refugiados serão acolhidos por familiares, os restantes irão, num primeiro momento, para a Azambuja, seguindo depois para outros locais de acolhimento.

Esta foi uma iniciativa da sociedade civil, através dos empresários Roman Kurtysh, ucraniano residente em Portugal, e José Ângelo Neto, português, que criaram a associação ‘Ukrainian Refugees UAPT’; contou com apoios da companhia aérea Euroatlantic, da Galp e do Estado português.

José Ângelo Neto sublinhou que este foi o primeiro voo humanitário de resgate a acontecer no espaço da União Europeia e adiantou que a associaçãoo conta receber em Portugal um voo semanal com refugiados.

Roman Kurtysh, que vive em Portugal há mais de 20 anos, destacou as qualidades de um país “único pela grandeza da sua história e pelo seu povo”.

“Nesta hora, quero que fique registado que nós ucranianos valorizamos aquilo que vocês fizeram e que iremos devolver todo o apoio que nos estão a dar”, sublinhou o empresário ucraniano.

(Com Lusa e Ecclesia)

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