Reitor do Seminário de Angra interpela igreja diocesana para um “maior compromisso” com a pastoral vocacional

Semana dos Seminários na Diocese de Angra arranca com Vigilia de Oração

As famílias, as comunidades cristãs e o clero, em particular, são “convidados” a ter um papel “chave e decisivo” na questão vocacional para que ela chegue às novas gerações, alerta o reitor do Seminário Episcopal de Angra, no arranque de mais uma Semana dos Seminários que se assinala entre hoje e o dia 15 de novembro .

Na Diocese de Angra esta semana começou com a celebração de uma vigilia, na Igreja dos Altares, na ilha Tetrceira, este sábado, a partir das 20h00, mobilizando todos os grupos de jovens da ilha.

“Nesta Semana de Oração pelos Seminários, somos convidados a entrar na alegria e na misericórdia do Senhor. Ao rezarmos pelos nossos seminários e pelos seus alunos e formadores, recordemos que o sacerdote é colaborador da nossa alegria na fé”, diz o Pe Hélder Miranda Alexandre.

De que entusiasmo falam as nossas vidas de ministros do Evangelho, de religiosos, de famílias cristãs? Que testemunho damos?, são algumas das questões levantadas pelo sacerdote , que é também responsável diocesano pela pastoral vocacional, em jeito de alerta para “algum desinteresse” que por vezes atinge a ação pastoral e cristã.

Por isso, o reitor do Seminário Episcopal de Angra volta a apelar a todos os sacerdotes para que “se empenhem” na pastoral vocacional e “ajudem a despertar os jovens para esta caminhada espiritual” em cada uma das paróquias dos Açores, centrados no tema deste ano- Olhou-os com Misericórdia”.

Como vem sendo hábito, os seminaristas dedicam-se, nestes dias, de modo particular, a esta missão despertadora de vocações, indo a escolas, visitando catequeses e falando às comunidades cristãs.

Durante a Semana dos Seminários celebra-se igualmente o aniversário do Seminário Episcopal de Angra, a 9 de novembro, e neste sentido, o Reitor apela a uma “oração especial” em intenção de todos quantos têm passado pelo Seminário.

A Semana Nacional dos Seminários decorre entre 8 e 15 de novembro, centrada na Misericórdia.

Na mensagem para esta semana o responsável pela Comissão Episcopal das Vocações e Minsitérios lembra que “a caraterística fundamental do agir de Deus é a misericórdia” e, por isso “ a Igreja fundada por Jesus Cristo é chamada a dar corpo ao desejo misericordioso de Deus de salvar toda a humanidade, em todos os tempos da história”.

“A vocação sacerdotal nasce do coração misericordioso de Deus, que olha para os seus filhos e escolhe alguns para que sacramentalmente sejam configurados com Jesus Cristo, Pastor e Cabeça da Igreja” sublinha D. Virgilio Antunes.

“O sacerdote, homem chamado e escolhido de entre os outros homens, é fruto do olhar misericordioso de Jesus, que quer salvar a todos. Não se trata de alguém perfeito, irrepreensível e santo, mas de alguém para quem o Senhor olhou com misericórdia, sem explicação nem motivação compreensíveis” diz ainda o prelado.

“A vocação sacerdotal somente se compreende no contexto deste mistério do amor de Deus, que não se explica nem se justifica, mas que simplesmente se manifesta”, destaca o presidente da Comissão Episcopal deixando um desafio a todos os seminaristas.

“Entrem no mistério do amor de Deus pela humanidade e por si mesmos, sintam-se sinceramente pecadores e doentes como todos os outros homens, e darão infinitas graças a Deus por os eleger e chamar a partilhar a grandeza da Sua companhia” destaca convidando a que todos entrem “na contemplação do rosto misericordioso de Deus que os escolhe e os chama”.

Os últimos dados disponibilizados pelo Vaticano (Anuário Estatístico da Igreja, 2012, relativos a 31 de dezembro desse ano) sobre as 21 dioceses portuguesas mostram que entre o ano 2000 e 2012, o número de sacerdotes diocesanos baixou de 3159 para 2659 (menos 16%).

A situação de 2012 revela, no entanto, uma melhoria na variação do número de padres (menos 10) face a anos anteriores (menos 45 em 2011 e menos 68 em 2008); entre 2008 e 2012, as ordenações sacerdotais foram 178, face a 355 óbitos e 27 “defeções” registadas.

Os seminaristas de filosofia e teologia também são menos, segundo os últimos dados disponíveis: de 547, entre diocesanos e religiosos, em 2000 passou-se para 474 em 2012; este número é, ainda assim, o máximo registado nos últimos cinco anos.

Por cá, o Seminário conta com 14 alunos, um deles finalista.

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