Aprovação da Eutanásia “é um problema civilizacional”, diz bispo de Angra

D.João Lavrador realça que a vida humana “é o património mais importante” da nossa civilização

O bispo de Angra afirmou, em declarações ao Igreja Açores, que a vida “é o património mais importante” da nossa civilização e, por isso, a despenalização da Eutanásia coloca “um problema civilizacional”.

“Estamos diante de um problema civilizacional. Há quem esteja interessado em fazer uma desconstrução da nossa cultura e da nossa civilização” afirmou D. João Lavrador sublinhando que “cada um será responsabilizado pelos seus atos”.

O prelado esclarece que não se tratando de um problema de legitimidade política formal, “ é lamentável que a nossa Assembleia da Republica, que devia ajudar a proteger a vida, que é o património mais importante que temos, se ponha a legislar ou a desamparar a realidade da vida com esta iniciativa”.

Na reação à aprovação da eutanásia pelo Parlamento na passada quinta feira, por larga maioria (uma diferença de 40 votos bem diversa da de há um ano em que o não venceu apenas por cinco votos), D. João Lavrador sublinha que “a Igreja não deixa de reconhecer o sofrimento de cada pessoa e tem de estar, como tem estado sempre disponível para oferecer solidariedade espiritual de forma a que as pessoas o possam superar”.

“O sofrimento é o grande grito da condição humana, atinge todas as idades e deve interpelar-nos, mas quem grita com o sofrimento não pede a morte; pede é para não sofrer” diz o prelado desafiando as comunidades cristãs a darem um sinal de compaixão, colocando-se sempre ao lado de quem sofre.

O prelado, que considera que a legitimidade do parlamento está ferida pela abstenção verificada nas últimas eleições- “o parlamento tem legitimidade mas falta-lhe base de apoio popular” deixa ainda um apelo ao Presidente da República que “neste momento é o único que tem verdadeira legitimidade porque foi eleito diretamente pelos portugueses”, lamentando que os grandes partidos se tenham colocado ao lado dos defensores da Eutanásia sem terem colocado o assunto nos seus programas eleitorais.

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