Bispos apontam prevenção, justiça social e mais desenvolvimento como «pilares» da paz

Vice-presidente da Comissão dos Episcopados Católicos interveio hoje em Bruxelas

Os bispos europeus apontaram hoje junto da União Europeia em Bruxelas “três pilares” essenciais para a promoção da paz no mundo: “a prevenção da violência, a promoção de uma maior justiça social e o apoio ao desenvolvimento”.

De acordo com um comunicado enviado à Agência ECCLESIA, as propostas saíram de um relatório da Comissão dos Episcopados Católicos da Europa (COMECE), intitulado “A vocação europeia para a promoção da paz no mundo”, apresentado esta quarta-feira na Bélgica.

A iniciativa surgiu no âmbito da próxima reunião da União Europeia dedicada à definição de uma política internacional e de segurança, que vai decorrer nos dias 28 e 29 de junho.

Os contributos presentes no documento dos bispos (22 no total) visam sublinhar que o projeto da União Europeia é sobretudo “um projeto de paz” e que tem de ser “fiel à sua vocação no mundo”.

“O objetivo primordial de uma política europeia de paz devia ser a promoção da prevenção e do recurso à justiça para resolver conflitos”, apontou o vice-presidente da COMECE, D. Jean Kockerols.

Citado pela Agência SIR, o bispo belga apontou ainda para a responsabilidade da União Europeia em contribuir para uma política de “desarmamento, incluindo desarmamento nuclear, no Velho Continente e em todo o mundo”.

Segundo os membros do organismo católico, se as instâncias europeias querem mesmo ter um papel na pacificação global, elas precisam ainda de “reforçar a ligação entre os seus instrumentos de política interna e externa”.

É essencial que a UE participe na “reforma do sistema das Nações Unidas”, de modo a que a composição do seu Conselho de Segurança “acompanhe a realidade atual e não seja dominada por interesses particulares estatais”, realça a COMECE.

Sobre o primeiro pilar apontado como fundamental para o esforço de paz, a “prevenção”, os bispos realçam que ela deve ser colocada em prática “o mais cedo possível” e num raio de ação “alargado”.

De modo a que “as sementes de um potencial conflito possam ser geridas e transformadas de forma sustentável” e se “evite o recurso à força” que muitas vezes é vista como “único recurso”, algo que é “inaceitável”, frisam os prelados.

Os desafios detetados pela COMECE são muitos, desde “as instabilidades regionais à pobreza dos migrantes e refugiados, passando pela ameaça do terrorismo fundamentalista”.

No que toca a este último caso, os bispos defendem a importância de “cortar os fluxos financeiros que alimentam o terrorismo, a nível internacional”, incluindo o “comércio de armas”, e uma partilha de informação mais efetiva entre os Estados, que permita combater as causas deste fenómeno, a nível social, político e religioso.

Quanto aos pilares da justiça e do desenvolvimento, a COMECE apontou para a necessidade de defender um sistema financeiro mais “justo e ético” e de apostar num “desenvolvimento humano, socioeconómico e ambiental” mais efetivo.

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