“Neste ano jubilar, deixemos brotar a esperança da Páscoa nas nossas vidas e abramos as portas para sair ao mundo que precisa de ser humanizado!”- Bispo de Angra

D.Armando Esteves Domingues sublinha que diante da “sede de Deus” os cristãos são desafiados a serem “construtores de esperança”

Foto: Igreja Açores

O bispo de Angra afirmou esta manhã que a luz que brota da Páscoa “tem de chegar a todos os lugares” e para isso os cristãos devem “ser testemunhas permanentes da ressurreição”, para “recompor a esperança”.

“A luz que brota da Páscoa de Jesus tem de chegar a todos os lugares, sobretudo às periferias existenciais ainda marcadas pela marginalização e pela indiferença, pela dor e pelo sofrimento, pela humilhação e desprezo” afirmou D. Armando Esteves Domingues.

“De olhos postos na meta da nossa existência e de pés bem assentes na terra, somos desafiados a ser testemunhas da ressurreição, através de gestos concretos de proximidade e encontro, que geram vida nova e oferecem uma esperança renovada” disse.

Apesar da  “Europa  e do mundo estarem tão polarizados, onde qualquer um pode usar a arma da palavra para destruir o próximo, para semear ódio em vez de paz”  a Igreja tem de saber aproveitar essa oportunidade para “recompor a esperança, sendo testemunhas da presença de Jesus entre nós”, afirma pedindo, no entanto, também uma nova forma de evangelizar ao “estilo de Deus”.

“É o estilo de Deus que nos liberta de uma religiosidade abstrata, iludida ao pensar que a ressurreição do Senhor resolve tudo de um modo mágico. Celebramos a Páscoa, mas continuaremos a enfrentar as noites que trazemos no coração e as sombras de morte que muitas vezes pairam sobre o mundo”, disse.

“A Páscoa do Senhor não é um milagre espetacular com o qual Deus se impõe a si mesmo e nos obriga a acreditar Nele; não é uma meta que Jesus alcança por um caminho fácil, contornando o Calvário; e nós também não a podemos viver de maneira despreocupada e sem hesitação interior” prosseguiu salientando que o “estilo de Deus” exige chamar cada um pelo seu nome. O prelado, de resto, elogiou a campanha que a Cruz Vermelha Portuguesa está a fazer esta Páscoa distribuindo um milhão de panfletos com a pergunta “quantos vizinhos conhece pelo seu nome”.

“ Uma pergunta interessante e inquietante” afirmou pedindo a todos os diocesanos que não passem ao lado dos “irmãos sem deixar marca”.

“O Ressuscitado está connosco, está do nosso lado. Também nós podemos ser os novos construtores de esperança num mundo atormentado por grandes conflitos. Sobretudo neste ano jubilar, deixemos brotar a esperança da Páscoa nas nossas vidas e abramos as portas para sair ao mundo que precisa de ser humanizado!” afirmou ainda.

Foto: Igreja Açores

D. Armando Esteves Domingues voltou a sublinhar o valor simbólico da Páscoa ser celebrada este ano em todas as igrejas cristãs no mesmo dia, uma coincidência que abre o estímulo ao diálogo ecuménico iniciado no Concílio de Niceia, realizado há 1700 anos.

“Levantemos o olhar para Ele, renovemos hoje o nosso «sim» à vida e à esperança que é Cristo. Levantemos o olhar para Ele e peçamos-Lhe que a força da sua ressurreição role para o lado as pedras que nos oprimem a alma”, disse o prelado diocesano diante de uma assembleia que viveu esta Semana Santa e a Páscoa de forma participativa.

“Neste ano do Jubileu da esperança, vamos refletir sobre o papel que a Igreja é chamada a desempenhar na nossa Diocese” prosseguiu, por outro lado, pedindo oração para os trabalhos do Conselho Presbiteral e da Assembleia Conjunta do Conselho presbiteral e Conselho Pastoral Diocesano, que vai refletir sobre o projeto pastoral da diocese para os próximos 9 anos, até 2034, data em que a diocese de Angra completa 500 anos da sua fundação.

“ Não são os projetos que salvarão a Igreja, embora deles precisemos, não são as estruturas necessárias para a evangelização que nos levarão ao céu, será isso sim a assistência do Espírito Santo que só acontecerá se nos abrirmos a Ele e nos convertermos. Se formos pessoas novas, convertidas! Peço a todos que, por caridade e forma de também construirdes este nosso encontro diocesano, que rezeis por nós” pediu D. Armando Esteves Domingues, dirigindo-se especialmente ao doentes.

“Como nunca, precisamos de caminhar juntos, unidos na fé, mas também na oração e comum missão”, concluiu.

 

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