Bispo de Angra emocionado afirma que “este caminho iniciado pelo Papa não volta atrás”

O prelado presidiu à primeira de duas missas que terão por intenção única a alma e a memória do Papa Francisco. Hoje foi na Sé, esta terça feira será na Igreja de São José em Ponta Delgada

 

D. Armando Esteves Domingues, de forma emocionada,  presidiu à primeira missa de sufrágio pelo Papa Francisco, que teve lugar esta tarde na Sé de Angra. O prelado, que não conseguiu conter as lágrimas, partilhou com os fieis a última conversa que teve com o Papa em maio do ano passado, durante a Visita Ad Limina dos bispos portugueses.

“Creio que muitos líderes mundiais perderam uma referência, perderam alguém a quem olhar. Em maio passado estive com ele cerca de duas horas, mas depois, mais em privado, pedi-lhe uma bênção para os Açores e para os Açorianos. Sabia onde ficavam estas ilhas e deu-me a bênção para todos nós”, afirmou D. Armando Esteves Domingues.

“As suas saudações eram sempre assim: de uma enorme cordialidade, proximidade e de relação com as pessoas”, prosseguiu  destacando a “simplicidade” das palavras e dos gestos que “tocavam sempre o coração dos destinatários”.

O prelado, que na Sé esteve acompanhado de alguns sacerdotes, lembrou a coincidência do Papa ter partido depois de dar a Bênção ao Povo de Deus, na praça de São pedro em domingo de Páscoa e a oração que ele pediu a este mesmo povo no dia da sua eleição.

Foto: D. Armando Esteves Domingues na Visita Ad Limina, 2024

“Portou-se sempre como um pastor próximo” e as suas “primeiras palavras se não chocaram o mundo pelo menos avisaram-nos que algo de novo estava para acontecer: o primeiro jesuíta vindo do outro lado do mundo, com uma nova simplicidade na forma de ser igreja…Um estilo diferente que o acompanhou até ao fim; foi Papa até ao último segundo, igual a si próprio, ao encontro do seu povo”, disse ainda lembrando que a Igreja é isto “povo de Deus em caminho até à Páscoa de Deus”.

O bispo de Angra recordou alguns momentos do pontificado nomeadamente a ida a lampedusa, o diálogo inter religioso que promoveu, a preocupação social pelos mais frágeis, sinais que de que “Concílio Vaticano II lhe corria nas veias”.

“este caminho iniciado pelo Papa não volta atrás”, porque “é a ação do Espírito Santo” afirmou o prelado diocesano.

“Numa linguagem nova, provocatória e cheia de esperança, deixou um rasto de misericórdia e humildade” disse ainda referindo às propostas de Francisco no campo da sinodalidade e do reconhecimento que ela é parte constitutiva da Igreja.

Esta terça-feira o bispo de Angra volta a celebrar pela alma e memória do Papa Francisco, mas em São José em Ponta Delgada onde amanhã começa o Conselho Presbiteral.

Scroll to Top