Só se combate a pobreza “olhando os pobres nos olhos” afirma a nova responsável pela pastoral social diocesana

São Miguel celebrou hoje o Jubileu da Misericórdia

 

Realizou-se esta tarde, em São Miguel, o Jubileu da Misericórdia envolvendo as oito ouvidorias da ilha, quatro Instituições Particulares de Solidariedade Social, os Romeiros e a Cáritas de São Miguel.

A iniciativa decorreu no Santuário do Senhor Santo Cristo, igreja jubilar da ilha, com a celebração de uma Via-lucis, com meditações centradas nas questões da pobreza e da exclusão social.

“A pessoa na condição de pobreza pode incomodar a nossa vista mas os pobres não deixarão de existir se não olharmos para eles nos olhos” afirmou a responsável pelo Serviço Diocesano da Pastoral Social, Aldina Gamboa que anunciou ser propósito desta equipa que toda a diocese possa ter em cada comunidade uma resposta social adequada às necessidades de cada lugar.

“A corresponsabilização de todos, de todos os movimentos e serviços, de todos os cristãos, é o caminho que devemos trilhar” disse ainda.

As 14 estações da Via-lucis (via sacra Pascal) foram entregues a cada uma das ouvidorias de São Miguel bem como à Cáritas de ilha, aos Romeiros e a quatro  instituições de Solidariedade Social, Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca do Campo, Instituto da Mãe de Deus, Casa do Gaiato  e Projecto São Lucas (São José).

Num misto entre meditações mais espirituais e apresentação do trabalho desenvolvido, a pobreza nas suas diferentes faces foi a grande protagonista deste Jubileu, com um apelo reiterado ao compromisso cristão de ajudar o próximo, não apenas com a esmola mas sobretudo procurando promover a dignidade humana.

“Na Parábola, o Samaritano cuidou até ao fim, até que o outro se restabelecesse. Assim devemos fazer nós também. A nossa missão não é só na hora, dar a esmola e seguir. Temos de acompanhar e cuidar até o outro se erguer” , disse, por seu lado, o assistente do Serviço Diocesano da Pastoral Social, padre Victor Arruda.

“Inspiremo-nos nesta via-sacra pascal e procuremos  ver Jesus em cada lugar da nossa comunidade. Fortaleçamos a nossa fé e renovemos o compromisso da missão”, disse ainda o sacerdote.

“A caridade é testemunho do Evangelho. Somos uma igreja missionária no testemunho silencioso de uma caridade que nos dá que fazer.(…) Uma igreja que não é missionária não é evangélica” disse Luísa Silva, representante da ouvidoria de Ponta Delgada, que também contou com a presença do seu ouvidor à semelhança da Ribeira Grande.

“No meio de tantas chagas nos lugares das nossas comunidades, basta-nos a Tua presença. Senhor, nós somos a fraqueza e Tu és a força; nós somos a inconstância e Tu a perseverança; nós somos o medo e Tu és a coragem; nós somos a tristeza, mas tu és a alegria; nós somos a noite e tu és a luz. Faz de nós, Senhor, 18 portas santas. Que o serviço social da igreja se organize em toda a sua extensão”, disse ainda Luísa Silva.

Durante a celebração ouviram-se ainda alguns excertos da Encíclica Fratelli Tutti do Papa Francisco, onde o Papa Argentino defende a Fraternidade Universal e a Amizade Social como caminho da paz e desenvolvimento.

Também no Pico se realizou esta tarde a celebração do Jubileu da Misericórdia.

Este domingo, o segundo da Páscoa, é celebrado na Igreja desde João Paulo II como o Domingo da Misericórdia. Em Angra foi assinalado no dia 23 de março, no Dia da Cáritas.

Angra celebrou Jubileu da Misericórdia em dia da Cáritas

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