Sacerdotes foram acompanhados pela família e amigos, dois dos quais também a viver o seu jubileu da ordenação sacerdotal
Foi em clima de grande familiaridade, gratidão e comunhão que os três irmãos Borges- padre Adriano, o mais velho e os gémeos padre José e padre Paulo- celebraram esta sexta-feira as bodas de prata da sua Missa Nova, que ocorreu há 25 anos na Igreja da Ribeirinha, na ouvidoria da Ribeira Grande, sua terra natal.
Tal como há 25 anos, o padre Adriano Borges presidiu à celebração, o padre José fez os agradecimentos e o padre Paulo a homilia. E na alocução que fez, a partir da liturgia, o sacerdote, que atualmente lidera a Comissão Diocesana da Pastoral da Saúde, sublinhou o entusiasmo missionário com que cada um dos irmãos respondeu “presente” ao chamamento de Deus, “vestiu o avental do serviço”, “não como o somatório de três vocações, mas como verdadeira multiplicação da graça divina”.
A celebração, que coincidiu com o tempo da reconstrução da igreja paroquial da Ribeirinha e por isso foi deslocalizada para a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Estrela, no coração da cidade nortenha da ilha de São Miguel, reforçou o sentimento de pertença à Igreja e renovação do compromisso.
A comunidade foi calorosamente convidada a sentir-se bem-vinda nesta festa da fé: “Vamos dar graças a Deus por estarmos juntos”, afirmou o padre Paulo Borges, salientando que este jubileu não é apenas um marco cronológico, mas a celebração de uma caminhada fiel, feita de altos e baixos, de fios e matizes que, como numa tapeçaria, tecem a história da vocação partilhada.
O padre Paulo Borges evocou a resiliência da vocação ao longo deste quarto de século e a transformação do entusiasmo inicial num “jubileu da esperança”.
Referindo-se a figuras da história açoriana como Gaspar Fructuoso, refletiu sobre o “ministério da saudade”, uma saudade que é mais do que nostalgia, é desejo de Deus, tanto no coração do sacerdote como no daqueles a quem serve.
Com palavras comovidas, recordou os muitos momentos de sacramentos celebrados ao longo da missão — “gotas de orvalho numa terra sedenta” — e reiterou que “a nossa história com Deus é sempre história de salvação”.
Em nome da paróquia, o pároco e ouvidor, padre Vitor Medeiros ofereceu um relicário e rosas brancas como sinal de paz, acompanhando um emocionado “muito obrigado, muito obrigado, muito obrigado”.
O P. José Borges, por sua vez, destacou que “a gratidão é a porta da alma”. Agradeceu a Deus o dom da vocação, aos pais — com um carinhoso “Mummy, tu és o máximo” — pela educação e amor, bem como ao seminário, aos sacerdotes e às comunidades que os acompanharam nesta jornada de fé.
As ofertas feitas aos três sacerdotes reverteram para as obras de restauro que estão a ser desenvolvidas na Igreja da Ribeirinha.