Recebeu-a em agosto do ano passado, aquando da festa de sagração do novo altar
A Igreja de Água Retorta, na ilha de São Miguel, foi a primeira igreja na diocese de Angra a ter uma relíquia do beato Carlos Acutis que este domingo, juntamente com Piero Giorgio Frassati, será canonizado pelo Papa Leão XIV. A “ligação” ao Beato iatliano conhecido como o ciberapóstolo, aconteceu no contexto da Jornada Mundial da Juventude de Lisboa, quando o grupo de jovens deste lugar decidiu escolher como patrono da sua deslocação a Lisboa o jovem italiano, nascido no Reino Unido.
“Lembrei-me de solicitar ao Postulador da causa uma relíquia, que serviria para aproximar o Carlo dos jovens em preparação para as jornadas, a qual foi concedida, e, agora, faz todo o sentido que esta relíquia seja depositada, 1 ano depois deste grande evento, sob o altar da celebração, para que os jovens, tal como o Carlo, vejam na Eucaristia, uma ‘autoestrada para o céu’, como ele próprio dizia”, afirmou na ocasião o padre André Resendes.
Um ano depois da JMJ, em agosto do ano passado, a relíquia do futuro santo seria depositada debaixo do altar da Igreja.
Esta semana, a partir dos Açores em formato telemático, também o padre Jason Gouveia levou a cabo a iniciativa “Cerco de Jericó” propondo o terço meditado e um momento de adoração, duas “ferramentas” que Carlo Acustis sublinhou como importantes ao longo da sua curta vida.
“Ele será um santo novo para uma juventude nova que não se conformará com a medianidade como nos desafiou o Papa Leão XIV no encontro com os Jovens durante o Jubileu deste ano” afirmou ao Sítio Igreja Açores o padre Jason Gouveia.
No próximo dia 12, no âmbito da iniciativa “Às sextas no Convneto” também a Pastoral Juvenil dos Açores irá promover na Igreja da Esperança, em Ponta Delgada, Santuário do Senhor Santo Cristo, uma eucarista de ação de graças pela canonização. Será seguida de um convivio no campo de São Francisco.
Carlo Acutis nasceu em Londres, onde os seus pais estavam a trabalhar, e faleceu na cidade de Monza (Itália), aos 15 anos de idade, vítima de leucemia, tendo sido apresentado desde logo como modelo de santidade e um “génio” da informática”.
A sua beatificação foi celebrada em outubro de 2020, em Assis, sendo considerado pelo Papa como um modelo de “santidade da porta ao lado”.
“Não caiu na armadilha. Via que muitos jovens, embora parecendo diferentes, na verdade acabam por ser iguais aos outros, correndo atrás do que os poderosos lhes impõem através dos mecanismos de consumo e aturdimento”, escreveu Francisco, na exortação apostólica pós-sinodal ‘Christus Vivit’ (Cristo Vive).
O Papa referiu aos jovens e a todo o povo de Deus que Carlo Acutis usou os meios digitais, “as novas técnicas de comunicação”, para “transmitir o Evangelho, para comunicar valores e beleza”, no documento que surgiu depois do Sínodo dos Bispos ‘Os jovens, a fé e o discernimento vocacional’, realizado em outubro de 2018.
No passado dia 23 de maio, o Papa aprovou a publicação do decreto que reconhece um milagre atribuído à intercessão do Beato Carlo Acutis (1991-2006), abrindo assim caminho à canonização do adolescente italiano.
O futuro santo foi um dos patronos da JMJ de Lisboa e os seus restos mortais repousam na cidade italiana de Assis, que brevemente será visitada por cerca de 100 catequistas açorianos das ilhas do Faial, Pico, São miguel e Santa Maria, que se deslocarão a Itália no contexto do Jubileu Mundial dos Catequistas e depois rumarão a Assis com o propósito de visitar o túmulo do jovem santo.