“Vivemos hoje um momento histórico. Começaremos aqui uma corrida de nove anos”- D. Armando Esteves Domingues

Bispo de Angra deu posse esta tarde a três leigos e um padre num momento que espera “ser fundador de um processo” de eclesialidade na diocese

 

A Paróquia da Almagreira, em Santa Maria, Igreja jubilar da ilha, viveu este sábado um momento inédito na história da Diocese de Angra: a tomada de posse de três leigos e um sacerdote, que passam a integrar de forma ativa a missão pastoral da comunidade em toda a ouvidoria na formação e em dois sectores da pastoral: a catequese e a juventude. A celebração foi presidida pelo Bispo de Angra, que a descreveu como “um momento fundador” e “o início de uma corrida de nove anos”.

O prelado sublinhou o simbolismo do acontecimento, destacando o papel central dos leigos na missão evangelizadora: “Estes leigos não são meros colaboradores do pároco nem do bispo. São discípulos missionários. Recebem este serviço não por delegação, mas por vocação e mandato da comunidade, recebido no batismo.”

O novo sacerdote da paróquia, Padre João Ponte, foi colocado em Santa Maria depois de seis anos no faial e outros tantos no Pico.

“Peço-te que reanimes o dom de Deus que recebeste pela imposição das mãos. Tal como Timóteo, que por vezes se sentia tímido e inseguro, também nós temos de vencer a nossa timidez e deixar que o Espírito Santo nos conduza.”

O bispo recordou que o ministério sacerdotal é “vida doada ao serviço das ovelhas do Senhor” e desafiou o padre João a “apascentar com ternura, paciência e paixão pastoral”.

“És padre porque primeiro foste cristão. Tens mais anos de batismo do que de sacerdócio. E é do batismo que nasce a tua vocação e a de todos nós”, acrescentou.

Os três leigos empossados – uma catequista, uma animadora de jovens e uma responsável pela escola de formação – receberam também palavras de reconhecimento e incentivo.

“Reanimai o dom de Deus que recebestes. Cada um de vós tem uma missão própria, e é a comunidade quem vos envia e confia este serviço”, disse o bispo, elogiando particularmente o testemunho de uma das novas responsáveis: “A Susana (pastoral juvenil) tem feito uma bela caminhada; nalgumas coisas é mesmo um modelo.”

Durante a celebração, o bispo insistiu na necessidade de renovar a catequese, começando pelos adultos: “Precisamos de cuidar dos pais e dos catequistas. As crianças só terão futuro se os adultos se converterem e se deixarem moldar pelo Evangelho. Perguntem aos pais como está a nossa catequese.”

Recordando que “somos todos feitos do mesmo barro e lavados na mesma água pelo mesmo batismo”, o prelado apelou à unidade e corresponsabilidade entre todos os membros da Igreja: “Temos igual dignidade; semeai a fé, caros leigos.”

No final da celebração, o ouvidor , padre Carlos espírito Santo agradeceu a opção diocesana de inaugurar este novo ciclo em Santa Maria e deixou elogios à autenticidade do povo mariense: “É importante não fazermos comparações. Santa Maria é diferente, é autêntica. Tem uma forma própria de celebrar a fé e uma maneira muito especial de acolher.”

O Padre João Ponte agradeceu à comunidade a receção calorosa e sublinhou o desejo de viver em comunhão com todos: “Agradeço a amizade e o acolhimento. Que sejamos uma verdadeira família e trabalhemos como comunidade cristã em torno de Jesus Cristo.”

Este domingo o prelado diocesano presidirá á abertura do ano pastoral em Santa maria, a primeira ilha a ser descoberta e, por isso, escolhida simbolicamente para iniciar esta nova etapa da Igreja diocesana. A cerimónia de abertura terá lugar na Biblioteca Municipal de Vila do Porto, às 16h00, seguindo-se depois a celebração da Eucaristia, às 18h00, na Igreja Matriz de Vila do Porto. A sessão de abertura terá transmissão em direto em https://www.facebook.com/igrejaacores/ . Na ocasião será lançado o caderno operativo deste primeiro ano do triénio, sob o lema “Cristão, que dizes de ti mesmo”.

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