António Maria Gonçalves: “‘A esperança é o alicerce da Igreja e o caminho para a renovação”

Coordenador do Conselho Pastoral da Ouvidoria das Flores analisa desafios propostos na Carta pastoral do Bispo de Angra no fim de semana que precede o dia da Diocese

Foto: António Maria Gonçalves/IA

 

A Diocese de Angra assinala na próxima segunda-feira 491 anos de existência e  António Maria Gonçalves, responsável pelo Conselho Pastoral da Ilha das Flores, sublinha que “a esperança é a base de tudo” e a força que deve guiar a missão da Igreja açoriana no presente e no futuro, numa entrevista ao programa de rádio Igreja Açores que vai para o ar este domingo, depois do meio dia no Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores.

Na entrevista em que analisa os desafios da Carta Pastoral do bispo de Angra- “Batizados na Esperança”- onde o prelado diocesano perspetiva o primeiro triénio de um conjunto de três que levarão a diocese até 2034 altura em que assinala 500 anos da sua fundação,  António Maria Gonçalves destaca que, apesar das dificuldades e da crise de valores que atravessa a sociedade em geral e a dos Açores, em particular, “a Igreja está a aprender a compreender o mundo atual e a adaptar-se a ele”, o que considera “um passo importante para reconstruir e reanimar a fé nas comunidades”.

Inspirando-se nas palavras do Bispo de Angra, que na sua Carta Pastoral define a esperança como “o alicerce da Igreja”, o responsável pastoral frisou que há sinais positivos de transformação.

“A forma como a Igreja está a procurar compreender o mundo atual e adaptar-se a ele é um passo muito importante. Isso dá-nos esperança de que tudo poderá ser reconsiderado e reconstruído no devido termo da palavra”, afirmou.

“Qualquer cristão consciente tem de pensar o momento atual com alguma preocupação”, face aos desafios do mundo contemporâneo, mas sublinha que “a esperança é a base de tudo, a razão que nos leva a acreditar que tudo poderá ser diferente e consertado”.

António Maria Gonçalves manifestou ainda preocupação com a dispersão e desmotivação dos cristãos, especialmente entre os mais jovens, num contexto social marcado pelo hedonismo e pela perda de valores. No entanto, acredita que a Igreja tem vindo a reagir com uma atitude mais próxima e aberta: “A Igreja está a sair do ambão e da sacristia para ir ao encontro das pessoas e dos seus problemas. Isso vai, pouco a pouco, inverter a situação atual.”

O responsável pastoral salientou também o papel transformador das visitas pastorais, que classificou como “momentos de bênção e presença do Espírito Santo”, e apelou a que as festas do Espírito Santo e outras celebrações da piedade popular sejam “ocasiões de evangelização e de catequese vividas com alegria e comunhão”.

“A preparação e o compromisso que resultam de uma visita pastoral tornam este processo muito mais eficaz e transformador”, destacou.

António Maria Gonçalves apelou ainda a que as festas religiosas sejam vividas como oportunidades de evangelização e catequese: “É nesses momentos de alegria e convivência que também podemos mostrar a presença de Deus e partilhar a nossa fé.”

Em sintonia com o apelo de D. Armando Esteves Domingues para que os cristãos “evitem a tentação da desesperança”, António Maria Gonçalves concluiu com uma mensagem de união: “Devemos trabalhar em comunhão com os nossos sacerdotes e com o nosso bispo, sempre a favor desta esperança que é o verdadeiro alicerce da Igreja. Só assim poderemos construir um futuro de fé e de renovação para os Açores.”

A entrevista vai para o ar na íntegra no próximo domingo na Antena 1 Açores e no Rádio Clube de Angra, a partir do meio-dia.

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