
O Encontro das Comissões Episcopais responsáveis pelo setor dos media, que reúne bispos de Portugal e Espanha, debateu hoje a necessidade de uma comunicação mais ágil por parte da Igreja Católica.
“Para falar às pessoas é preciso encontrar o sítio adequado, encontrar o ritmo de linguagem adequado e, principalmente, tem de se encontrar o tempo. Eu, digo com humor, tenho um remédio infalível para que as pessoas não durmam durante a homilia: é tentar não demorar mais cinco minutos. Não nos dá tempo para adormecer”, disse à Agência ECCLESIA D. Pio Alves, vogal da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.
O bispo auxiliar emérito do Porto e membro da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, considerou a homilia como o meio de comunicação “mais comum e mais estendido” da Igreja, destacando a importância de “falar da vida das pessoas”.
Durante os trabalhos desta manhã, no Seminário Diocesano do Funchal, os participantes ouviram duas intervenções sobre o tema “A linguagem na comunicação eclesial”, por Gil Rosa, subdiretor da RTP Madeira, e Cristina Sánchez, diretora de “Alfa y Omega”, uma publicação de informação católica editada pela Fundação San Agustín, vinculada à Arquidiocese de Madrid e distribuída semanalmente pelo jornal ABC.
Gil Rosa referiu à Agência ECCLESIA que, na Madeira, “há uma abertura muito maior para a comunicação social” e que “a disponibilidade do bispo [D. Nuno Brás] é inquestionável”.
Apesar deste progresso, o profissional considera que a Igreja “culturalmente ainda é tendencialmente fechada, um pouco mais fechada em si mesmo”.
“Acho que um caminho a percorrer é essa abertura cada vez maior”, sustentou.
Para Gil Rosa, a estratégia da Igreja deve ser a de “tentar comunicar o melhor possível, não fechar portas, abrir os canais e estar sempre disponível para responder”.
O jornalista recordou um passado recente em que, por vezes, “quase que nem o telefone se atendia”, sublinhando a importância de ter canais de comunicação funcionais.
Questionado sobre a relação com os media, D. Pio Alves disse que a Igreja tem mais eficácia quando opta pela “via da relação pessoal”.
Para o responsável católico, “entrar nas redações” desta forma evita o risco de, à última hora, ser enviado “um especialista em futebol que depois não sabe daquilo do que é que a gente está a falar”.
O encontro entre responsáveis pela comunicação social nas conferências episcopais de Portugal e Espanha termina esta quarta-feira, com a apresentação das conclusões em conferência de imprensa, no Seminário Diocesano, às 10h00, e a celebração da Missa às 11h00, na Catedral do Funchal.
A Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais de Portugal é presidida por D. Nuno Brás, bispo do Funchal, e a Comisión Episcopal para las Comunicaciones Sociales, de Espanha, por D. José Manuel Lorca, bispo de Cartagena.
(Com Ecclesia)
