Peregrinos subiram ao santuário num dia que começou cinzento, mas terminou cheio de luz e esperança
O dia amanheceu cinzento e com chuva, mas o céu acabou por se rasgar num azul luminoso que acompanhou os peregrinos na subida ao monte. Assim começou a Caminhada pela Paz, a primeira iniciativa da Festa de Nossa Senhora da Paz, em Vila Franca do campo, que se realiza anualmente nesta altura e que este ano teve um significado especial: foi o ponto de partida das celebrações em honra de no ano em que a antiga ermida foi solenemente elevada a santuário diocesano.
O grupo partiu da igreja matriz de São Miguel Arcanjo, num percurso feito em oração, cânticos e momentos de reflexão. Entre os participantes, estavam crianças da catequese, que fazem questão de repetir o gesto todos os anos.
“O que nos traz a todos é subir à montanha e estar perto de Nossa Senhora, que é nossa mãe”, partilhou Helena Esperança, peregrina assídua.
“O dia não começou assim… rasgou-se o céu num dia maravilhoso depois de amanhecer cinzento e com chuva… Estamos a caminho, mais perto do céu”, disse, sorridente, acompanhada da neta, que frequenta o primeiro ano da catequese. Para a catequista, esta é uma experiência que se renova a cada ano: “Venho todos os anos, mais do que uma vez, e procuro promover este tipo de caminhadas nas catequeses. Correu bem, corre sempre bem… Chegamos cá acima como um sopro novo, a apreciar também a paisagem maravilhosa que o santuário nos traz. Toda a gente devia cá estar.”
No final da caminhada, já dentro do santuário, ecoaram as orações pela paz — uma paz que, segundo o padre José Borges, reitor do santuário, nasce dentro de cada pessoa.
“Foi muito interessante ver o entusiasmo das crianças. Quando nos abeiramos do santuário, uma delas suspirou e disse: ‘Já chegámos’. E outra respondeu: ‘Agora é que vai começar’. É isto mesmo — a chegada pode ser uma partida.”
O sacerdote sublinhou o sentido espiritual do momento: “Vamos iniciar este tempo de graça, celebrar no santuário, rezar pela paz e fazer com que ela seja uma ajuda para cada pessoa… Precisamos muito de pão para a boca, mas não precisamos menos de paz para a alma.”
Durante a celebração, as intenções lembraram os governantes do mundo, para que sejam inspirados a promover a paz, e também se rezou pelos seminários, pelas vocações e pelas santas famílias, “porque é no seio delas que nascem as vocações”, lembrou o reitor.






