O Dia Mundial da Juventude é celebrado na Solenidade de Cristo Rei em todas as ilhas. Na terceira será ordenado um diácono
O Dia Mundial da Juventude será celebrado domingo, dia 23 de novembro, com várias iniciativas na Diocese de Angra, marcadas pelo Jubileu e pela reflexão em torno do lema “Peregrinos da Esperança”. Em São Miguel, mais de 120 jovens são esperados no Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres, para um encontro que, segundo a diretora do Serviço Diocesano da Juventude, Gisela Batista, pretende ser “um sinal de esperança e luz”.
“O Dia Mundial da Juventude não acontece este ano, mas todos os anos representa um sinal de esperança. Diria mesmo um sinal de luz”, afirma Gisela Batista.
“É sempre um marco importante na vida dos jovens.”
Três santos, três temas e três realidades juvenis
O Serviço Diocesano preparou um guião celebrativo para todas as ilhas, desafiando os jovens a peregrinar até às respetivas Igrejas Jubilares e a aprofundar o testemunho de São Camilo de Lellis, São Peter To Rot e Santa Gianna Beretta Molla.
A escolha dos santos, explica a diretora, foi intencional: “Escolhemos estas figuras porque vão ao encontro de áreas que queremos que os jovens reflitam: as dependências, a realidade prisional e a doença. Estes santos, pela sua vida, correspondem aos desafios que percebemos como mais atuais.”
Em São Miguel, o encontro inicia-se às 14h30, com concentração junto à Roda do Santuário da Esperança, seguindo-se a formação de três grupos de trabalho. Cada grupo abordará um tema específico, apoiado no testemunho de convidados e na representação dos santos por jovens.
Tarde de reflexão, partilha e peregrinação jubilar
O Grupo 1, dedicado a São Camilo de Lellis, trabalhará o tema “Peregrinos da Esperança, mesmo quando os vícios nos aprisionam”.
O Grupo 2, inspirado em São Peter To Rot, refletirá sobre “Peregrinos da Esperança, mesmo na privação da liberdade”.
O Grupo 3, centrado em Santa Gianna Beretta Molla, abordará “Peregrinos da Esperança, mesmo na dor, na perda e na doença”.
Os jovens regressam ao ponto de encontro às 16h00 para uma explicação sobre o Jubileu e a Porta Santa, antes da peregrinação pelas ruas do Campo de São Francisco até à Igreja Jubilar, com entrada prevista para as 16h45.
Segundo Gisela Batista, espera-se “um encontro dos jovens consigo próprios, com os outros e com Deus”.
“Queremos que a vida dos santos os faça refletir sobre si e sobre quem está ao seu lado — um amigo, um familiar. E claro, que haja também um momento profundo de encontro com Deus.”
Durante o momento “Portadores da Esperança”, os grupos partilharão as suas reflexões, enquanto no Claustro estará disponível o Serviço da Escuta, com cinco sacerdotes para confissão, aconselhamento espiritual ou simples diálogo.
A Eucaristia das 17h45 será o ponto alto do dia, seguindo-se um convívio no Campo de São Francisco.
Eventos anteriores reforçam a importância da proximidade
Ao refletir sobre o trabalho pastoral recente, Gisela Batista recorda o Encontro Diocesano de outubro do ano passado e a Aldeia da Esperança”. Ambos, afirma, mostraram a importância do contacto presencial entre jovens das várias ilhas.
“Uma das grandes mensagens que nos deixam é a necessidade de estarmos próximos. Apesar de estarmos separados pelo mar, os jovens valorizam muito a presença uns dos outros.”
Esta escuta contínua tem orientado a planificação pastoral: “O que eles nos pedem vamos integrando noutras atividades. O nosso próximo programa vai precisamente nesse sentido.”
Celebrações na Terceira e mensagem do Papa
Na ilha Terceira, o Dia Mundial da Juventude será também marcado pela ordenação diaconal de Fábio Silveira, o último seminarista a concluir toda a formação na Diocese antes da integração da Universidade Católica Portuguesa no percurso formativo dos futuros sacerdotes.
A celebração deste ano é iluminada pela primeira mensagem do Papa Leão XIV para a Jornada Mundial da Juventude, publicada a 7 de outubro, onde o Santo Padre convida os jovens a serem artesãos da paz:
“Não sigais aqueles que usam as palavras da fé para dividir! Organizai-vos para eliminar as desigualdades e reconciliar comunidades polarizadas e oprimidas.”
O Papa recorda que a fé cristã traz consigo “o carácter da fraternidade” e que o verdadeiro testemunho nasce da amizade com Cristo:
“Um jovem que encontrou Cristo leva para todo o lado o calor e o sabor da fraternidade.”