Comunicado dirige apelos aos decisões políticos, á sociedade e à Igreja

A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) sublinha que o encontro internacional sobre o clima deixou “interpelações renovadas”, tanto pelos avanços alcançados como pelas metas que ficaram por cumprir.
No documento enviado ao Sítio Igreja Açores na sequência da COP 30, realizada em Belém do Pará, a Comissão defende que o resultado da conferência deve inspirar um compromisso mais firme com a proteção da casa comum e com a defesa da dignidade das populações mais vulneráveis.
O comunicado cita palavras recentemente recordadas pelo Papa Leão XIV, apelando ao cuidado da criação: “Se não formos guardiães do jardim da criação, acabaremos por nos tornar seus destruidores. Invoquemos o Espírito para que nos ajude a cuidar, com a mesma fé, da nossa casa comum e do nosso coração.”
Segundo a CNJP, esta mensagem deve ressoar no coração dos cristãos e de todos os que se preocupam com o futuro do planeta, com apelos à sociedade, à Igreja e aos decisores políticos.
A adoção de estilos de vida mais sóbrios e solidários, com medidas práticas que reduzam o desperdício e o consumo excessivo, a criação de ecocomunidades cristãs, incluindo paróquias, escolas e movimentos que articulem oração e ação, assumindo um testemunho profético em favor da sustentabilidade e o desenvolvimento de políticas públicas justas e equilibradas, com prioridade para o apoio às pessoas e comunidades mais vulneráveis aos impactos climáticos, são alguns dos pontos sublinhados.
Para a CNJP, “cuidar da criação é expressão do mandamento do amor”. Proteger o ambiente é, simultaneamente, “defender a vida”, especialmente a daqueles que vivem expostos às consequências extremas da crise climática. O comunicado reforça ainda que a justiça climática é inseparável da justiça social.
À saída da COP 30, marcada por debates intensos e compromissos ainda considerados insuficientes por diversos observadores, a Comissão Nacional Justiça e Paz exorta a sociedade a inaugurar “um novo ciclo de ação”, marcado pela responsabilidade individual e coletiva no cuidado da criação, na construção da paz e na promoção do bem comum.