Fizeram a profissão simples temporária na Igreja do Colégio, em Angra do Heroísmo, a 8 de dezembro, um acontecimento raro nos Açores e que marca um novo dinamismo para a vida carmelita na ilha Terceira
A celebração, que surge após um ano de formação orientada por frei Pedro Bravo, da Ordem do Carmo em Portugal, representa um marco significativo para a Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, que há muitos anos não assistia à realização deste tipo de compromisso religioso, informa uma nota enviada ao Sítio Igreja Açores.
Apesar de a fraternidade carmelita ser numerosa na ilha, especialmente entre os fiéis que anualmente recebem a imposição do escapulário, a profissão destas quatro irmãs é entendida como um novo alento para o Carmelo Secular.
Desde julho de 2024, têm vindo a realizar-se encontros mensais que procuram revitalizar o espírito carmelita assente na oração, na fraternidade e no serviço à Igreja e à humanidade.
Com estas novas professas, abre-se também a possibilidade de novas profissões temporárias, uma vez que a formação necessária poderá agora ser acompanhada pelas próprias irmãs, sob orientação espiritual do frei Pedro Bravo.
Neste dia, da solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, também receberam o escapulário 4 irmãos, tendo a mais velha 73 anos e a mais nova 17.
A Ordem Carmelita do Carmo Secular é um ramo da Ordem dos Carmelitas destinado a leigos que, mantendo a sua condição de vida – casados, solteiros ou profissionais – procuram viver a espiritualidade carmelita no mundo. Segue uma regra própria, distinta da Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares (OCDS), embora ambas partilhem a mesma vocação de oração, fraternidade e devoção a Nossa Senhora do Carmo. Os membros do Carmelo Secular têm como propósito buscar a santificação no quotidiano, viver em fraternidade, oração contemplativa e serviço, inspirar-se em Maria, Rainha do Carmo, e no profeta Elias, pai espiritual da Ordem e participar na missão evangelizadora da Igreja no mundo.
Os Leigos Carmelitas procuram viver uma profunda amizade com Deus através da oração, que é entendida como o primeiro ato de apostolado. A partir dela, desenvolvem a sua missão no ambiente familiar, profissional e comunitário, procurando ser “fermento” e “sal da terra” para aqueles que encontram.
Além da dimensão espiritual, através das Promessas, os membros assumem o compromisso de seguir Cristo mais de perto segundo os conselhos evangélicos – pobreza, castidade e obediência – conforme o estado de vida de cada um.
A Ordem Terceira do Carmo tem raízes históricas profundas: a sua regra, adaptada da de Santo Alberto, foi aprovada em 1452 e confirmada em 1475. Em Portugal, a primeira fraternidade organizada remonta a 1629, em Lisboa.
(Vídeo de Ana Cristina Ribeiro)