Pastoral  Social convida cada pessoa a “ser sinal vivo do Natal” 

Apelo divulgado hoje numa mensagem de Natal lança um conjunto de interpelações diretas a “todas as pessoas de boa vontade, em particular aos cristãos”

Foto: Lusa

 

O Serviço Diocesano para a Pastoral Social dos Açores apela à consciência coletiva, convidando todos os homens e mulheres de boa vontade, sobretudo os cristãos, a transformar o Natal num compromisso diário com a justiça, a solidariedade e a paz.

Partindo do Presépio de Belém, a Pastoral Social recorda que o Natal não é apenas uma celebração simbólica, mas a afirmação de um Deus que “se aproxima da humanidade e torna-se um de nós”, citando o papa Leão XIV, assumindo a fragilidade e a pobreza humanas na figura de uma criança.

A mensagem faz eco do anúncio dos anjos aos pastores – “Trago-vos uma notícia muito feliz que se destina a toda a gente” – para recordar que o nascimento de Jesus traz uma promessa universal de alegria, esperança e paz. Contudo, lamenta que esta mensagem continue a ser contrariada pela realidade de guerras, violações dos direitos humanos, conflitos entre povos e famílias e pela indiferença perante o sofrimento dos inocentes.

Sem apontar conflitos concretos, o Serviço Diocesano destaca o recente apelo de Leão XIV ao diálogo entre os povos como caminho indispensável para a paz, evocando também as palavras proféticas de Paulo VI na ONU: “Nunca mais a guerra, nunca mais a guerra!”. Para a Pastoral Social, a paz continua a ser um dever moral que une toda a humanidade na procura da justiça.

A mensagem denuncia ainda o contraste gritante entre a pobreza de muitos e o consumo excessivo de outros, alertando para a banalização de conceitos como justiça, solidariedade e paz, frequentemente usados no tempo de Natal, mas nem sempre vividos.

O documento convida a um Natal de sobriedade e caridade concreta, propondo gestos simples e transformadores, como partilhar a mesa de Natal com uma família carenciada ou com alguém que esteja só, lembrando que a pobreza – material e existencial – “é uma urgência” que não pode ser adiada.

A Pastoral Social apoia-se também na Carta de São Tiago para reforçar que a fé só é autêntica quando se traduz em obras, desafiando cada pessoa a questionar-se sobre a sua disponibilidade para partilhar, perdoar, construir a paz e aproximar-se de quem sofre, propondo mesmo quase um exame de consciência.

“No muito ou no pouco que tenho, sou solidário com que precisa de mim? O que tenho a mais que preciso de me desfazer? Que tenho feito para construir a paz à minha volta? Tenho estendido a mão às pessoas que me ofendem? Vou ao encontro das pessoas que sofrem e precisam de uma palavra, de uma visita ou sou indiferente ao sofrimento dos outros?” são interpelações deixadas pela mensagem.

“És sinal de Natal quando chamas, reúnes e tentas unir”, recorda a mensagem, retomando palavras do Papa Francisco, que resumem o espírito do Menino de Belém: um Deus que vem salvar todos, sem exceção.

Mensagem de Natal do Serviço Diocesano para a Pastoral Social

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