Este ano, o Presépio do Prior volta a abrir oficialmente ao público no dia 25 de dezembro, às 15h00, no Museu Municipal da Ribeira Grande

Este ano, o Presépio do Prior volta a abrir oficialmente ao público no dia 25 de dezembro pelas 15h00, no Museu Municipal da Ribeira Grande.
Com mais de cem anos de história, o Presépio do Prior Evaristo Carreiro Gouveia continua a afirmar-se como uma das mais emblemáticas tradições natalícias da Ribeira Grande e um dos símbolos mais fortes da identidade cultural do concelho. Criado em 1915, o presépio atravessou gerações, regimes políticos e profundas transformações sociais, mantendo-se como um ponto de encontro da vivência ribeiragrandense.
O Presépio do Prior Evaristo nasceu em 1915, pela mão do presbítero Evaristo Carreiro Gouveia, então prior da Igreja da Nossa Senhora da Estrela, na freguesia da Matriz. Foi sob a sua orientação que o presépio foi montado pela primeira vez, envolvendo ativamente a Juventude Católica, também fundada pelo sacerdote. As crianças da catequese tinham a missão de inaugurar o presépio na noite de Natal, após a Missa do Galo, num ritual que rapidamente se enraizou na comunidade.
Desde cedo, o Presépio do Prior destacou-se pelo seu carácter inovador: um presépio movimentado e mecanizado, algo praticamente inédito na ilha de São Miguel à época, atraindo visitantes de todo o concelho e mesmo de fora dele. Excursões organizadas incluíam obrigatoriamente a visita ao presépio, que permanecia aberto desde o dia 25 de dezembro até ao Dia de Reis, e por vezes ainda para além dessa data.
Ao longo das décadas, o presépio tornou-se um verdadeiro elemento identitário da Ribeira Grande. Para além da dimensão religiosa, integrou uma forte componente local, representando edifícios e tradições emblemáticas do concelho, como a Câmara Municipal, o antigo Jardim Municipal, o Teatro Ribeiragrandense ou as Cavalhadas de São Pedro.
Teve também uma importante vertente social e económica. Algumas empresas locais patrocinavam quadros do presépio, numa forma pioneira de publicidade, numa altura em que o número de visitantes chegava às 20 mil pessoas. Jovens aprendizes de várias profissões colaboravam na construção das estruturas e as roupas das figuras eram costuradas por familiares.
A partir da década de 1980, na sequência de um protocolo entre a Igreja e a Câmara Municipal, o presépio passou a estar instalado na antiga Casa da Cultura, atual Museu Municipal da Ribeira Grande. Hoje, encontra-se montado de forma permanente e pode ser visitado durante todo o ano, sendo renovado na quadra natalícia com novas figuras e cenários, sem nunca ser desmontado.
O presépio pode ser visitado nos dias 25 de dezembro e 1 de janeiro durante todo o dia.