“A esperança não é uma ilusão, mas vida. Foi-o para os discípulos e deverá ser para nós”- D. Armando Esteves Domingues

Bispo de Angra foi o orador do V Diálogo no Tempo, que se realizou no Museu do Franciscanismo, na Ribeira Grande, esta noite

Foto: Igreja Açores

Na véspera do dia em que começa o Conclave, que irá eleger o novo Papa, o bispo de Angra afirmou que a “Esperança no Ressuscitado”, titulo da conferência do V Diálogo no Tempo,  é uma esperança “num Deus vivo”, que se manifesta nas feridas da humanidade.

“Tenho muita esperança nesta Igreja como ela é, manifesto a minha esperança nesta diocese; estamos cheios de incertezas como as que atravessam a humanidade, com tantos sinais contraditórios, mas a nossa Esperança apresenta-nos sempre  vida nova” afirmou D. Armando Esteves Domingues aos participantes nesta iniciativa jubilar na diocese, que é promovida pelo Instituto Católico de Cultura, desta feita em parceria com a Ouvidoria da Ribeira Grande e o Museu do Franciscanismo.

“Como dizemos Ele está no meio de nós: esta esperança não é uma ilusão é uma esperança viva, tal como foi para os discípulos”, explicitou e, neste jubileu, em particular, “chamado de esperança e tempo de graça é renovação”.

De acordo com o prelado diocesano “há sinais que desiludem, eventos dramáticos na história presente da humanidade e há pedregulhos na nossa vida, que levantam dificuldades”, mas “quando tudo é centrado na rocha, quando a vida é centrada em Cristo, há sempre esperança”.

O bispo de Angra exaltou a cruz, não como sinónimo de sofrimento mas de vitória do amor.

“Foi diante da cruz, no abandono, que o verdadeiro amor se revelou”  e a ressurreição “impede que a esperança se desvaneça”.

“A cruz não é um amuleto ou enfeite. Faz parte da vida , faz parte da esperança”, enfatizou o bispo de Angra que foi entrelaçando a sua conferência com exemplos testemunhais de episódios da sua própria vida.

Neste sentido, lembrou aos presentes que a “esperança não se pode fechar. Tem de se contar, de se dizer”, como fizeram os discípulos.

“Como dar rosto à esperança na Igreja?” foi a interpelação aos presentes para sublinhar a importância de ser discípulo hoje.

“Tal como eles não foram pregadores improvisados, mas pregadores escolhidos por Jesus, que davam a vida com o martírio porque acreditavam que Ele estava vivo, também nós hoje somos chamados a fazê-lo, mesmo com o sofrimento, mesmo diante da incerteza”, acrescentou, desafiando, uma vez mais os presentes a seguirem os ´atos dos apóstolos´, a ser “assíduos na Palavra, a viver em comunhão fraterna, a partilhar o pão e a condividir os bens”.

“Esta é uma Igreja nova, assente na casa, como se de uma família se tratasse”, sublinhou.

“Encontramos o ressuscitado na rua, na pistas das corridas dos atletas, nos bairros, na escrita de um poeta… sempre onde a vida há de melhorar e há de crescer”, disse.

“A esperança é uma pessoa que encarna em pessoas”, concluiu, pedindo a todos os presentes que “não tenham medo de uma espiritualidade que faz santos”.

“Jesus foi rejeitado, enganado, zombado na cruz. No seu grito abandonado ouvimos o grito abandonado da humanidade(…) A impossibilidade é algo material mas dentro dessa impossibilidade dou tudo de mim, como ele deu. Cada dificuldade é, desta forma, uma oportunidade para crescer na esperança”.

O V Diálogo no Tempo iniciou-se com uma breve intervenção do Diretor do Instituto Católico de Cultura que afirmou que toda a Igreja deve anunciar a esperança, mas os ministros ordenados  a serem chamados de “forma especial”.

“Estamos a 9 anos de comemorar os 500 anos  da criação da nossa Diocese; que este caminho seja Caminho de Emaús na esperança deste livro dos Atos dos Apóstolos escrito nos Açores”, mas que seja também “estrada de Damasco no labor pastoral”, disse Monsenhor Constância numa alusão clara ao desejo de conversão e de maior entusiasmo na vida da Igreja açoriana.

O V Diálogo no Tempo terminou com um apontamento musical pelo coro interparoquial de seis paróquias da ouvidoria da Ribeira Grande, dirigido por José António Garcia.

O próximo Diálogo no Tempo tem lugar no dia 15 de maio, Dia Internacional da Família, no Santuário de Nossa Senhora da Paz, em Vila Franca do campo. A Irmã Ana Lúisa Castro, médica e vigária geral da Aliança de Santa maria, falará sobre o Coração Imaculado de Maria como caminho e Refúgio para Deus. No final deste Diálogo o Coro Prioral da Igreja Matriz de São Miguel Arcanjo fará um pequeno apontamento muscial.

 

 

 

 

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