“À Igreja exige-se muito, pede-se muito, espera-se muito dela. Eu só gostava que ela imitasse Jesus Cristo. Só isto basta”- padre José Júlio Rocha

Foto: Igreja Açores/HS

Sacerdote foi o pregador do Sermão a Nossa Senhora da Soledade, no final da Via-sacra e da Procissão do Senhor Morto, que decorreu esta noite em Angra do Heroísmo

Uma Igreja pobre e humilde, onde o poder cede lugar ao serviço e onde todos se tratam como irmãos, anunciando a boa nova da salvação é a grande exigência que decorre da mensagem que simboliza a sexta-feira santa afirmou esta noite, em Angra, o padre José Júlio Rocha, que pregou o sermão no final da Procissão do Senhor Morto, na Sé de Angra.

“Por teimosia, por curiosidade ou simplesmente por fé, dediquei-me, um dia inteiro, a procurar, nos Evangelhos, frases, parábolas, expressões ou gestos de Jesus que apelassem à humildade, ao serviço, à entrega ao outro. Encontrei nada mais, nada menos do que 72 referências. É muito. E diz tudo sobre como Jesus queria a Sua Igreja” afirmou o sacerdote, que é teólogo moralista.

Foto: Igreja Açores/HS

A partir de uma série de interpelações feitas com base em episódios narrados nos Evangelhos, em particular a partir das bem-aventuranças, o assistente da Comissão Diocesana Justiça e Paz, sublinhou que a grande mensagem que sobreleva destes dois primeiros dias do tríduo pascal é a humildade do serviço, expressa no rito do lava-pés e o amor incondicional revelado com a morte na cruz.

“A Igreja, portadora da Mensagem do Reino dos Céus, deve ser sempre assim: partir sem duas túnicas e sem alforge, não servir a Deus e ao dinheiro, não ocupar os primeiros lugares, não alargar borlas nem filactérias, não se envaidecer com as riquezas e os confortos deste mundo, fazer-se humilde, lavar os pés ao irmão. Que rejeitasse tudo o que era poder humano” afirmou.

“Como tudo seria tão diferente…” enfatizou lembrando a importância de “se dar a vida por amor”.

“Dar a vida para salvar. Este é o sentido último da Cruz de Cristo, que a Igreja venera neste dia solene e silencioso” referiu recordando que esta opção nem sempre é isenta de sofrimento, de abandono ou até de rejeição e escárnio.

Foto: Igreja Açores/HS

“Deus abandonou-Se para não nos abandonar. A teologia deste mistério tem um nome: Amor absoluto e total” disse.

“ À Igreja exige-se muito, pede-se muito, espera-se muito dela. Eu só gostava que ela imitasse Jesus Cristo. Só isto basta” sublinhou o padre José Júlio Rocha no sermão que se seguiu à Via-sacra e Procissão do Senhor Morto, presididas pelo bispo de Angra.

Nossa Senhora da Soledade é uma das formas pela qual é venerada a Virgem Maria, mãe de Jesus. É o título atribuído à imagem de Nossa Senhora chorando a morte do Filho, no momento que medeia entre a Sua Crucifixão e a Sua Ressurreição. Representa, pois, a maior das dores que uma mãe pode sentir, que é a morte de um filho.

O Papa evocou o papel da Virgem Maria, neste dia de silêncio, como símbolo da dor de toda a Igreja pela morte de Jesus e a expectativa na ressurreição – simbolizada na ‘Pietà’.

A Igreja Católica vive no Sábado Santo o dia do “grande silêncio”, depois de ter evocado a morte de Jesus Cristo, rumo à celebração da Vigília Pascal, momento central do calendário litúrgico.

Ao final da tarde, as comunidades católicas celebram ritos da Vigília Pascal, com o canto do Aleluia que tinha sido suspenso desde o início da Quaresma.

Cinco elementos compõem a liturgia da Vigília Pascal: a bênção do fogo novo e do círio pascal; a proclamação da Páscoa, que é um canto de júbilo anunciando a Ressurreição do Senhor; a série de leituras sobre a História da Salvação; a renovação das promessas do Batismo, por fim, a liturgia Eucarística.

Foto: Igreja Açores/HS
Foto: Igreja Açores/HS
Scroll to Top