“Água não pode ser motivo de guerras”, alerta Francisco

 

O Papa assinalou hoje, no Vaticano, o Dia Mundial da Água, pedindo que a comunidade internacional se mobilize em defesa deste “bem primário”, no centro de uma conferência da ONU.

“A água não pode ser objeto de desperdício, abusos ou motivo de guerras, mas deve ser preservada em nosso benefício e no das gerações futuras”, disse, no final da audiência pública semanal, que decorreu na Praça de São Pedro.

Francisco apontou à Conferência da Água 2023, que começa hoje, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, a primeira do género desde 1977.

“Rezo pelo bom resultado dos trabalhos e desejo que o importante acontecimento possa acelerar as iniciativas em favor de quantos sofrem com a escassez da água, deste bem primário”, referiu o Papa.

A intervenção começou com uma citação da oração ‘Laudato Si’, de São Francisco de Assis – que dá nome à encíclica ecológica e social de 2015 -, em que se agradece a Deus pela “irmã água, a qual é muito útil, humilde, preciosa e casta”.

“Nestas palavras simples, sentimos a beleza da Criação e a consciência dos desafios que o seu cuidado implica”, concluiu Francisco.

A Conferência da Água de 2023, que vai reunir pelo menos 12 chefes de Estado e de Governo, cerca de 80 ministros e altos funcionários governamentais e mais de 6500 representantes da sociedade civil, até sexta-feira, tem como tema “Água para o Desenvolvimento Sustentável”.

A ONU procura definir uma nova ‘Agenda de Ação para a Água’, no quadro dos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável, especificamente no que diz respeito à água potável e saneamento.

O dia 22 de março foi proclamado como Dia Mundial da Água através da Resolução 47/193 da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 22 de dezembro de 1992.

“O superconsumo e o superdesenvolvimento vampírico, a exploração insustentável dos recursos hídricos, a poluição e o aquecimento global descontrolado estão a esgotar, gota a gota, esta fonte de vida da humanidade”, alertou o secretário-geral da ONU, António Guterres, no prefácio de um relatório publicado antes da Conferência da Água de 2023.

O documento alerta para o “risco iminente de uma crise global de água”.

(Com Ecclesia)

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