“As Ouvidorias têm de estar disponíveis para apoiarem financeiramente a formação permanente”

O Responsável pelo Serviço Diocesano de Apoio à Liturgia, Pe Marco Luciano, fala ao Sítio Igreja Açores  sobre as apostas destas estrutura

Começou esta semana uma formação litúrgica para grupos corais a nível da Diocese de Angra. Terceira, Faial, Pico e São Miguel, vão ter até 20 de novembro formação especifica orientada pelo Pe Nuno Duarte, da diocese de Aveiro.

A formação litúrgica dos Grupos Corais e a Terceira peregrinação diocesana de acólitos estão entre as prioridades

 

Sítio Igreja Açores- Qual é o plano pastoral delineado para o serviço diocesano de apoio à liturgia?

Pe Marco Luciano– Nós temos uma preocupação diocesana; é um serviço para toda a diocese e num contexto de um território descontínuo como é o nosso é uma preocupação termos ações que cheguem a vários pontos da diocese.

Temos previstas algumas ações de âmbito diocesano. Em primeiro lugar a formação litúrgica para grupos corais, que já começou na ilha Terceira; vai ser feita no Faial e no Pico e terminará em São Miguel.

Temos, igualmente, prevista a terceira peregrinação diocesana dos acólitos, que já foi realizada no Pico e em São Miguel e que, este ano, acontecerá em julho, no Faial. Estamos a mobilizar os acólitos, com uma resposta muito positiva de várias ilhas, a começar por São Miguel.

Está também prevista uma jornada de pastoral nas ilhas do Faial e do Pico, envolvendo os vários sectores da liturgia, nomeadamente os leitores e os ministros extraordinários da comunhão.

As ouvidorias também vão promovendo algumas iniciativas e, sempre que precisarem de apoio, devem solicitá-lo pois nós temos equipas nas diferentes áreas preparadas para dar esse apoio.

 

Sitio Igreja Açores- Esta formação permanente tem sido circunscrita ás ilhas mais populosas. Como é que poderemos dar um salto para chegar às outras mais pequenas?

Pe Marco Luciano- A nossa descontinuidade territorial limita muito a nossa ação. E não vejo outra forma de chegar a estas ilhas senão forem elas a solicitarem e a apoiarem, até materialmente, este serviço diocesano.

Não vejo outra hipótese de cobrirmos o território regional se não for com a colaboração de todos. As ouvidorias têm de estar sensibilizadas e disponíveis para apoiar financeiramente a formação permanente.

 

Sítio Igreja Açores- Mas há ainda o problema etário. Há poucos jovens nessas ilhas para criar essa dinâmica formativa…

Pe Marco Luciano- Com certeza…Nós conseguimos ter um número de participantes muito significativo em São Miguel, Terceira e Faial e Pico. Estas duas últimas ilhas estão a desenvolver , aliás, uma experiência pastoral de conjunto muito interessante… até diferente da que existe por exemplo em ilhas onde existem muitas ouvidorias. Nós temos, de facto, tido uma ação conjunta muito interessante, desde logo porque a soma das duas ilhas alarga logo o horizonte populacional, o que nos dá mais margem de manobra.

 

Sítio Igreja Açores- Quais são os grandes desafios do Serviço Diocesano de Apoio à liturgia?

Pe Marco Luciano- Por mais esforços que consigamos desenvolver há sempre o problema da descontinuidade territorial que constitui um embaraço para darmos uma resposta mais efetiva às necessidades. Nós podemos promover ações aqui e ali, mas o nosso serviço depende muito da ação das ouvidorias.

A nossa grande limitação é a económica. Tudo é mais caro aqui. E isso é um problema. Temos todos os anos uma série de iniciativas programadas. Durante os três anos que estou a dirigir este sector tenho procurado responder a todos estes temas que envolvem a liturgia, dando um especial enfoque anual a cada um deles. O ano passado foram os leitores; este ano dar-se-á especial relevo aos ministros extraordinários da comunhão, na Quaresma e os acólitos que já estão a ser formados e têm sido uma prioridade.

De resto, tivemos cá sempre o diretor do serviço a nível nacional e a opinião dele é que nós aqui não estamos piores do que no continente. Ele motivou-nos muito para continuarmos a trabalhar. Nós às vezes desmotivamo-nos mas é bom que toda a gente saiba que apesar dos nossos  constrangimentos não estamos muito longe do que se faz no resto do país….

 

Sítio Igreja Açores- O que é que seria um balanço positivo deste ano pastoral no serviço que dirige?

Pe Marco Luciano– É uma pergunta difícil… mas, de repente, que conseguíssemos fazer um trabalho em que a palavra “periferia” fosse de certa forma atenuada.

Entrevista disponível em áudio

 

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