D. Armando Esteves Domingues foi um dos conferencistas da I Jornada Hospitaleira da Pastoral da Saúde, em Angra

Todos temos de ser “facilitadores da esperança” afirmou esta tarde o bispo de Angra ao falar sobre a Esperança na I Jornada Hospitaleira da Pastoral da saúde, que se realizou em Angra, na Casa de Saúde do Divino Espírito Santo, nos últimos dois dias.
“Mais do que comunicadores ou professores da esperança devemos ser seus facilitadores, para tocarmos vidas” disse D. Armando Esteves Domingues, na Jornada que tinha como título “O Cuidado Misericordioso é Impulsionador de ESPERANÇA”.
“Há tantas coisas na Igreja, na sociedade, nas instituições que nos inquietam que se não tivermos cuidado facilmente carregamos na tecla da desesperança, arrastamo-nos para o negativismo” alertou o prelado que salientou que o “amor é sempre mais forte”.
“O sofrimento deve e tem de ser combatido mas nem sempre é possível” acrescentou o prelado que recordou que “é aí que se expressa mais o rosto de Deus”. E a essência da nossa esperança “é um rosto”, não uma ideia ou um conceito.
“Se olhamos a vida sem o ressuscitado só vemos sombra, com a Páscoa ganhamos um direito fundamental, o direito de viver sempre na esperança”, disse.
“É preciso contar a esperança: contar a alegria, a serenidade, como fazemos, contar Jesus Cristo porque a esperança não é uma filosofia de vida, não é uma ideia, não é apenas uma virtude… é uma pessoa” concluiu.
“O ressuscitado tem de ser encontrado no meio da vida, nos sacrifícios, nos hospitais, em casas hospitaleiras, nas cadeias…este Cristo ressuscitado está nestes lugares e não fechado” concluiu o prelado que nesse ponto foi secundado por Miguel Tavares, assistente espiritual das irmãs hospitaleiras.
Miguel Tavares recordou o paradigma do Papa Francisco de que a Igreja tem de ir ao encontro dos que sofrem para sublinhar a importância do cuidado para sarar feridas.
“Há feridas nas vidas que estão abertas e que merecem serem curadas, ainda que possam ser pesadas, mas para as quais a misericórdia de Deus tem sempre uma atenção especial”, disse alertando, contudo, para o perigo de “algum moralismo” que possa “ser contrário ao próprio Evangelho que é Jesus”.
“O Evangelho abre sempre a porta da esperança, porque além da boa nova encerra sempre a justiça e a justiça reabilita e não condena nem deita abaixo só porque sim”, disse ainda Miguel Tavares.
A esperança é também o “lugar da promoção da dignidade da vida humana” salientou, por outro lado, recordando a necessidade de uma “atenção holística” para com os doentes, que faça o caminho da cura, que tyem de ser sempre “um caminho de esperança”.
A I Jornada Hospitaleira intitulada o “Cuidado Misericordioso é impulsionador de esperança” contou com quatro conferências e um sarau cultural e foi organizada pela Casa de Saúde do espírito Santo fundada em 1967.
Trata-se de uma unidade de Saúde de referência na prestação de cuidados especializados em Psiquiatria e Saúde Mental, Deficiência Intelectual, Reabilitação Psicossocial e Reabilitação Física com respostas especializadas em ambulatório, internamento e reabilitação.
A Casa de Saúde do Espírito Santo é gerida pelas Irmãs Hospitaleiras do sagrado Coração de Jesus.