Bispo de Angra diz que o mundo “não está num beco sem saída”

D. António de Sousa Braga presidiu à Missa de Ano Novo na Catedral de Angra do Heroísmo

As dificuldades devem inspirar um “novo compromisso” capaz de gerar “mudanças” , disse esta tarde o Bispo de Angra na Homilia da Missa de Ano Novo a que presidiu no primeiro dia do ano, na Sé de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.

“Apesar desta crise generalizada, acreditamos na possibilidade de regeneração do ser humano, redimido por Cristo”, disse D. António de Sousa Braga sublinhando que esta “esperança não é ingenuidade de quem não vê os problemas”, mas baseia-se “no realismo de quem acredita que é possível mudar e por isso mesmo se compromete”.

“O mundo não está num beco sem saída”, disse o prelado diocesano  alertando que chegou o tempo de iniciar “uma vida nova” o que não se pode resumir apenas “a votos de circunstância”, no ano novo;  antes deve “exprimir um compromisso sério”.

“Como os pastores, sejamos mensageiros de Jesus Salvador, que veio, não para deitar remendos novos em panos velhos, mas para restaurar todas as coisas”, afirmou D. António de Sousa Braga.

O responsável pela igreja católica no arquipélago dos Açores referiu-se, ainda, à circunstância do primeiro dia do ano ser comemorado pela Igreja como o Dia Mundial da Paz, desde o Papa Paulo VI, e por isso pediu aos cristão açorianos para se comprometerem a promover a paz, que “não não é apenas ausência de guerra, mas exprime o conjunto de condições de bem-estar para todos, o que exige – conforme a expressão do Papa Francisco – a globalização da solidariedade e da fraternidade”.

D. António de Sousa Braga lembrou o contexto da mensagem do Papa Francisco para este dia- “Já não escravos, mas irmãos”- um mês depois de  católicos, anglicanos, ortodoxos, judeus, muçulmanos, hindus e budistas terem assinado uma Declaração Conjunta contra a escravidão moderna, que se manifesta de diversas formas, para destacar que a escrevatura “não é um problema do passado”.

“A Igreja e, nomeadamente, algumas Congregações religiosas têm acompanhado este flagelo das novas formas de escravatura, no mundo de hoje”, salienta o prelado exortando, na linha do Santo Padre, os governos a tomarem medidas “ de modo a evitar e a minorar este fenómeno”.

“Todos os cristãos se devem empenhar a promover a verdadeira fraternidade, aprender  a viver uns com os outros e a cuidar uns dos outros”, disse D. António de Sousa Braga sublinhando que a escravatura “não acontece só longe de nós” e pode “acontecer no nosso meio e até na nossa casa ou na instituição onde trabalhamos”. Por isso, conclui, “ Estejamos atentos e sempre sensíveis ao outro, que é nosso irmão”, tal como Maria, mãe de Jesus que “é um exemplo” de “vigilância” que “deve ser seguido” pela forma como “se comprometeu”.

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