Prelado pede caminhada de “renovação espiritual e pastoral”

O Bispo de Angra confiou esta tarde a Nossa Senhora dos Milagres o projeto pastoral diocesano até 2034, ano em que se assinalam os 500 anos da fundação da Diocese de Angra, convocando todos os batizados para esta caminhada de fé e de “renovação espiritual e pastoral” de 9 anos.
Recorrendo a uma metáfora desportiva, convocou todos para a “equipa principal” desta caminhada de fé: pais, catequistas, responsáveis paroquiais, movimentos, homens e mulheres de boa vontade, idosos e doentes.
“Maria vai connosco como primeira discípula. Ela lembra-nos que o estilo de Deus é a proximidade que gera unidade na Igreja e torna fértil o terreno da missão”, destacou.
O bispo reforçou que a Igreja não pode viver de espectadores, mas de discípulos de Cristo ativos: “Somos chamados a aprofundar a responsabilidade pessoal nascida do batismo, porta para a missão no seio da mãe Igreja”.
Desafiando os fiéis a um compromisso de renovação espiritual e pastoral, D. Armando Esteves Domingues pediu que cada cristão reflita sobre a fé que vive e testemunha na família, na paróquia e na Diocese. O objetivo é preparar uma Igreja “Profética, Santa, Misericordiosa e Missionária” para celebrar os 500 anos.
E acrescentou: “O cuidado da Igreja não pode ser apenas espiritual, mas também cívico e social, para humanizar o mundo e não deixar ninguém acomodar-se”.
Este itinerário pastoral, que será lançado oficialmente a 5 de outubro na ilha de Santa Maria, “primeira a ser descoberta em 1427”, será desenvolvido em três triénios.
“Simbolicamente queremos voltar às origens, não as geográficas, mas a Jesus Cristo e ao seu evangelho, para que, com humildade e criatividade, possamos encontrar caminhos de renovação” disse.
“No primeiro triénio olharemos ao anúncio da fé e, neste primeiro ano, vamos questionar toda a gente com a pergunta: ‘Cristão, que dizes de ti próprio?’. Maria, na escuta do Espírito Santo, mostra-nos que a proximidade é o estilo de Deus e ajudar-nos-á a vencer os impossíveis”, afirmou.
“Na história da Serreta ecoa essa profecia: de um lugar humilde nasce um grande sinal de bênção para toda a ilha Terceira. Há aqui como em Nazaré, uma esperança profética que nos fala de uma humanidade itinerante, pronta a renovar-se para revitalizar a igreja diocesana” disse ainda o bispo de Angra.
D. Armando Esteves Domingues sublinhou que, assim como em Nazaré, também na Serreta há “uma esperança profética que fala de uma humanidade itinerante, pronta a renovar-se para revitalizar a Igreja diocesana”.
“Comece cada um, aqui diante de Maria, a interrogar-se sobre o que diz de si próprio a fé que vive e testemunha na sua família, na sua paróquia, na Ilha e Diocese e o que faz para a cultivar, além das orações e devoções particulares”, afirmou D. Armando Esteves Domingues.
“Que esta festa seja já início de uma década de renovação espiritual e pastoral, onde cada resposta pessoal construa o rosto da Igreja que queremos celebrar nos quinhentos anos”.
A primeira celebração dedicada a Nossa Senhora dos Milagres aconteceu a 11 de setembro de 1764 mas esta devoção afirmou-se definitivamente a partir de 1842. A construção da igreja começou em 1819, liderada pelo general Francisco António de Araújo, e foi concluída em 1842.