Bispo de Angra vai ordenar sete diáconos permanentes no Jubileu dos Sacerdotes

Celebração ocorre a 22 de junho, na Catedral, pelas 16h00

Foto: Igreja Açores/CR

São sete os candidatos que o Seminário Episcopal de Angra apresenta para serem ordenados diáconos permanentes, numa celebração que será presidida pelo bispo de Angra e decorrerá na Catedral no dia 22 de junho pelas 16h00, integrando-se assim no contexto do Jubileu dos Sacerdotes.

Depois de quatro anos de estudos no Seminário Episcopal de Angra, frequentando um curso de Teologia, Armando Cordeiro, da paróquia de Nossa Senhora de Fátima; Artemísio do Nascimento, da paróquia da Matriz de São Miguel Arcanjo, Vila Franca do Campo;  Francisco Silva, da paróquia de S. José, Ponta Delgada; Roberto Serpa, da paróquia da Fajã de Baixo e Valeriano Correia, da Unidade Pastoral dos Arrifes, todos da ilha de São Miguel;  Manuel Gonçalves, da paróquia das Lajes, na ilha do Pico e Paulo Roldão, da paróquia do Porto Judeu, na ilha Terceira, entrarão para a ordem dos presbíteros sendo ordenados diáconos permanentes.

Os diáconos permanentes são homens casados ou celibatários que, chamados a seguir Jesus Cristo, recebem o Sacramento da Ordem do Diaconado através da imposição das mãos do Bispo, não para serem sacerdotes mas para o serviço. Aliás, o diácono dá testemunho de vida em comunhão, de forma privilegiada, a partir da sua família e dos ambientes de trabalho.

Os diáconos permanentes “servem o Povo de Deus em união com o Bispo e o seu presbitério, no ministério da liturgia, da palavra e da caridade”, ocupando “um grau próprio e permanente da hierarquia” como se pode ler na Constituição Conciliar Lumen Gentium, no nº 29.

“É próprio do diácono, segundo for cometido pela competente autoridade, administrar solenemente o Batismo, guardar e distribuir a Eucaristia, assistir e abençoar o Matrimónio em nome da Igreja, levar o viático aos moribundos, ler aos fiéis a Sagrada Escritura, instruir e exortar o povo, presidir ao culto e à oração dos fiéis, administrar os sacramentais, dirigir os ritos do funeral e da sepultura” refere o documento.

Foto: Igreja Açores/CR

O Diaconado Permanente foi restaurado em Portugal, por autorização da Santa Sé, há 44 anos, dando assim cumprimento a uma das novidades do Concílio Vaticano II. Nestas quase cinco décadas “foi percorrido um caminho longo e belo, embora nem sempre isento de dificuldades no que se refere a este ministério” reconhece a Conferência Episcopal Portuguesa no prefácio do documento “O Diácono Permanente na Igreja em Portugal” publicado em 2021 por ocasião do 40º aniversário da restauração deste ministério de serviço.

“Um percurso feito a ritmos diversos nas várias dioceses, mas marcado pela riqueza de experiências, pelo serviço dedicado e pelo compromisso pessoal e familiar dos quase quatrocentos diáconos existentes no nosso país. Nesta circunstância é justo reconhecer que deram um rosto novo à Igreja e agradecer o seu importante contributo na vida das comunidades” sublinha ainda o documento da CEP.

A missão do diácono tem uma longa e fecunda história, mas necessita hoje de se reconfigurar num contexto eclesial e social marcado por muitos desafios e interpelações, “sendo necessário projetar luz sobre o seu ministério específico, para que contribua decididamente para forjar a identidade evangélica da comunidade eclesial, manifestando, no seguimento de Cristo Servidor, que a caridade nunca acabará” referem os bispos portugueses.

A diaconia era uma realidade na Igreja Apostólica  e floresceu até o século V. Por diferentes razões, entrou em declínio lentamente até ao ponto de que este ministério tenha sido tão só uma fase intermediária para os candidatos à ordenação sacerdotal.

A recuperação da figura ministerial do diácono permanente, está bem enraizada bíblica, teológica e historicamente, e atestada por uma práxis desde os primeiros séculos. Não vem para suprir a carência de sacerdotes, mas sim para tornar presente a Cristo, Bom Pastor, através do sacramento da Ordem em todos os seus graus.

Ao restaurar o diaconado, o Concílio não pretendia simplesmente replicar a figura do diácono dos primeiros tempos do cristianismo, mas sim repensar o seu perfil ministerial de acordo com a tradição e adequá-lo aos tempos atuais, tendo em conta as profundas mudanças sociais e pastorais.

São João Paulo II agradeceu aos diáconos permanentes “a missão que realizam pela Igreja como servidores do Evangelho, acompanhando, com frequência no marco profissional, que é o primeiro contexto de seu ministério, o povo cristão”.

“Com a sua palavra e sua exigente vida pessoal, conjugal e familiar dão a conhecer a mensagem cristã e fazem os homens e mulheres refletir sobre questões sociais para que resplandeçam os valores evangélicos”, disse ainda o sumo pontífice numa época em que os diáconos permanentes começaram a ressurgir depois do Concilio Vaticano II.

Em 2023, havia 51.433 diáconos permanentes no mundo católico, um aumento de 2,6% em relação ao ano anterior. Os Estados Unidos concentram mais de um terço (39%) desses diáconos, com 20.212 em funções.

O diaconado permanente só está acessível a homens maiores de 35 anos e os candidatos devem conhecer bem a doutrina católica, terum bom domínio da Sagrada Escritura, formação teológica e pastoral; além de que a sua viva deve estar de acordo com a fé da Igreja e seja uma pessoa de boa conduta na sociedade.

A diocese de Angra tem atualmente cinco diáconos permanentes: um nas flores, dois em São Miguel e dois na ilha Terceira.

O diaconado permanente na diocese insular foi como que relançado pelo bispo D. João Lavrador.

 

 

 

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