Cardeal norte-americano Robert Francis Prevost eleito Papa

Cardeal Prevost, natural de Chicago é o primeiro papa agostiniano. Assume o nome de Leão XIV

Imagem: Vatican News

O cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, de Chicago, foi hoje eleito papa pelos 133 cardeais reunidos em Roma e assumiu o nome de Leão XIV.

“A paz esteja convosco” foram as primeira palavras do Papa.

“Gostava que esta saudação de `a paz esteja convosco´ entre nos vossos corações, no coração das vossas famílias”, disse.

Robert Francis Prevost, de 69 anos, é o primeiro norte-americano a ser eleito Papa.

O cardeal Robert Francis Prevost era até agora Prefeito do Dicastério para os Bispos, desde 12 de abril de 2023 e é considerado um `progressista´.

Arcebispo-Bispo Emérito de Chiclayo, no Peru, nasceu em 14 de setembro de 1955 em Chicago nos Estados Unidos da América, é considerado da linha progressista do colégio cardinalício.

Segundo informações disponibilizadas pelo Vaticano, em 1977 entrou no noviciado da Ordem de Santo Agostinho (O.S.A.), tendo feito os votos solenes em 29 de agosto de 1981.

Estudou na União Teológica Católica de Chicago, licenciando-se em Teologia.

Aos 27 anos, foi enviado pela Ordem para Roma para estudar Direito Canónico na Pontifícia Universidade de S. Tomás de Aquino.

Foi ordenado padre em 19 de junho de 1982, tendo estado a trabalhar na missão de Chulucanas, Piura, no Peru, entre 1985 e 1986.

O Papa Francisco criou-o cardeal no Consistório de 30 de setembro de 2023, sendo considerado um colaborador próximo do seu antecessor, tendo sido um dos responsável pela gestão do Caminho Sinodal Alemão.

Na Assembleia Sinodal de 2024, o agora Papa disse aos jornalistas que os trabalhos propõem uma “nova forma de fazer as coisas na Igreja”, que exige tempo.

“Não devemos esperar soluções instantâneas”, referiu o colaborador do Papa, destacando a passagem de temas tidos como polémicos para os grupos de trabalhos criados por Francisco, em fevereiro do último ano.

Estes dez grupos de estudo abordam temas propostos pela primeira sessão sinodal, em outubro de 2023, envolvendo dicastérios da Cúria Romana, sob a coordenação da Secretaria-Geral do Sínodo, até junho de 2025.

Leão XIV sublinhou que os trabalhos da sessão sinodal apontavam a necessidade de mudar o paradigma de uma “estrutura de poder”, com mais organismos de consulta, nas dioceses e paróquias.

Em cima da mesa, acrescentou, está o processo de escolha de bispos e o papel dos núncios, representantes diplomáticos da Santa Sé em todo o mundo.

“O processo de busca de candidatos pode ser mais sinodal, mais aberto, incluindo uma maior participação de bispos, padres, religiosas, leigos e leigas”, assinalou o então prefeito do Dicastério para os Bispos.

O novo Papa assumia que a missão episcopal deve levar cada bispo ao encontro das “necessidades específicas” de cada realidade, reforçando a “presença pastoral e social da Igreja”, onde quer que as pessoas sofram, e a proteção da natureza.

O cardeal Prevost foi questionado sobre o papel dos leigos, nestes processos de nomeação episcopal, indicando que “já foram dados alguns passos significativos”, com indicações para “incluir mais leigos e religiosas” nas consultas e com maior presença de mulheres no Dicastério para os Bispos.

Admitindo diferenças de “pontos de vista”, mais do que de divisões, na assembleia sinodal, o novo pontífice referiu, a respeito da participação das mulheres, que as categorias dentro da Igreja “precisam de ser diferentes”, pelo que a sua ordenação sacerdotal poderia “criar um problema” em vez de o resolver.

Para Leão XIV, o debate deve visar um “novo entendimento da liderança, poder e autoridade”, como serviço, na Igreja.

O responsável falou de experiências de sinodalidade já em curso, como viu no Peru, enquanto bispo de Chiclayo.

É a terceira vez consecutiva que um Papa é eleito no segundo dia do Conclave. Também Bento XVI e Francisco foram eleitos ao segundo dia.

Com a eleição do novo Papa, o Conclave chega ao fim e os cardeais deixarão a Casa de Santa Marta. Só dias depois, como é tradição na Igreja Católica, é que o novo Papa irá presidir à sua missa de início de Pontificado.

(Com Ecclesia e Vatican News)

 

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