Dois dos três grupos – Faial e Pico e São Miguel e Santa Maria- fizeram esta manhã a sua peregrinação, percorrendo a Via della Conciliazone até São Pedro
Esta manhã de sexta-feira, dois dos três grupos açorianos que participam no Jubileu dos Catequistas em Roma, até domingo, realizaram a sua peregrinação até à Porta Santa da Basílica de São Pedro.
Os cerca de 100 catequistas das ilhas de São Miguel, Santa Maria, Faial e Pico percorreram a Via della Conciliazone a rezar, entoando salmos e meditando na Palavra de Deus.
O padre Jacob Vasconcelos, diretor do Serviço Diocesano da Evangelização, Catequese e Missão expressou hoje o desejo de que o encontro de 20 mil catequistas, vindos de todo o mundo, ao Vaticano, seja “oportunidade para nos enriquecermos mutuamente”.
“Espero que seja uma oportunidade para todos confirmarmos a nossa fé, que é a fé da Igreja, junto de São Pedro e no encontro com o seu sucessor”, disse à saída de Lisboa, citado pelo portal Educris.
Para o sacerdote este Jubileu é “ocasião de revigorarmos a nossa esperança como cristãos e como catequistas, num tempo em que esta virtude parece estar mais enfraquecida na sua vivência, sobretudo em contextos de dificuldade de vária ordem”.
“Muito do bem que é feito em nome da Igreja parte destas mulheres e homens que, de forma gratuita e benevolente se colocam ao serviço da comunidade, enquanto facilitadores do encontro de cada qual com Jesus. Temos muito a agradecer a Deus pelo dom que são os/as nossos/as catequistas”, sustenta.
Do novo Papa, Leão XIV, o sacerdote açoriano espera “algumas linhas de orientação, para caminharmos juntos, com ideais comuns, que depois, naturalmente, se concretizarão de forma diversas, de acordo com os tempos, lugares e necessidades”.
Num momento em que o padre Bruno Rodrigues se prepara para assumir o Serviço Diocesano, o ainda responsável faz votos para que cada vez mais “a catequese conte com o envolvimento de muitos sacerdotes” na consciência “de que também nós somos catequistas”.
“Na missão da catequese os leigos são fundamentais e, a nível quantitativo e frequentemente qualitativo, é com eles que a catequese caminha, mas não é menos certo de que os sacerdotes têm de se envolver nesta missão. A catequese é fundamental na vida e na missão da Igreja. O próprio sacerdote é também ele catequista e deve valorizar este ministério na vida da comunidade”, reforça.
Dos Açores estão presentes em Roma cerca de 112 catequistas que se juntam a mais de 8 centenas, vindos de todas as dioceses portuguesas, para celebrar o “Jubileu dos Catequistas”.
O Papa vai presidir este domingo à Missa com instituição de 39 leigos e leigas de 16 países no ministério de Catequista, incluindo duas portuguesas, no contexto do Ano Santo.
“Os candidatos ao ministério laical do catequista, que receberão do Papa também o crucifixo como sinal da sua vocação especial, são provenientes da Itália, Espanha, Inglaterra, Portugal, Brasil, México, Índia, Coreia do Sul, Timor-Leste, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, Estados Unidos, Moçambique, Brasil, Peru e República Dominicana”, refere uma nota enviada do Dicastério para a Evangelização (Santa Sé).
A celebração encerra o Jubileu dos Catequistas, que decorre em Roma a partir de sexta-feira, reunindo mais de 20 mil peregrinos de 115 países.
Mais de 800 catequistas de Portugal estão presentes em Roma, em representação das dioceses do país.
À partida de Lisboa D. António Augusto Azevedo, presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, expressou o desejo que este seja um momento “de confirmação da fé dos catequistas portugueses junto do santo padre”.
“Estamos em comunhão com o Papa e esperamos dele a confirmação nesta missão tão importante que é a catequese. Alegramos-mos por sermos mais de 800 portugueses presentes em Roma e pelas duas novas catequistas que vão ser instituídas para o serviço da catequese em Portugal”, disse ao portal Educris, do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC).
Rita Santos, de Lisboa, e Elisabete Nunes, de Aveiro, vão ser instituídas no ministério de catequista, juntando-se assim a Fátima Castro, primeira catequista instituída, em janeiro deste ano, na Arquidiocese de Braga.
O encontro, no Ano Santo, começa com as peregrinações dos catequistas à Porta Santa da Basílica de São Pedro, na manhã de sexta-feira, e com a vigília de oração, pelas 18h30 (menos uma em Lisboa), sob a presidência de D. Rino Fisichella, pro-prefeito do Dicastério para a Evangelização.
Durante esta celebração, vão ser aprestados três testemunhos de catequistas: Liliana Russo, da Itália, Paulo Agostinho Matica, de Moçambique, e Estela Evangelista Torres, do México.
No sábado, às 10h00 de Roma, os catequistas são convidados a participar na Audiência Jubilar, com Leão XIV, na Praça de São Pedro, antes das catequeses em várias línguas, que vão decorrer durante a tarde, em igrejas do centro de Roma.
Na manhã de sábado, os catequistas dos países lusófonos são convidados para a Eucaristia, pelas 12h00 locais, na Igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma, seguida de catequese em língua portuguesa na Igreja de Ognissanti, a partir das 16h00.
Em maio de 2021, o Papa Francisco decidiu instituir o ministério de catequista, na Igreja Católica, através da carta apostólica (Motu Proprio) ‘Antiquum ministerium’.
A decisão diz respeito a homens e mulheres que não pertencem ao clero nem a institutos religiosos, reconhecendo de forma “estável” o serviço que prestam na transmissão da fé, “desempenhado de maneira laical como exige a própria natureza do ministério”.
A carta apostólica refere que o catequista deve estar ao “serviço pastoral da transmissão da fé” que se desenvolve nas suas diferentes etapas, desde o “primeiro anúncio” à formação permanente, passando pela preparação para os sacramentos da iniciação cristã (Batismo, Confirmação e Eucaristia).
O Jubileu, com raízes no ano sabático dos judeus, consiste num “perdão geral, uma indulgência aberta a todos, e na possibilidade de renovar a relação com Deus e o próximo”.
Esta indulgência implica obras penitenciais, incluindo peregrinações e visitas a igrejas.
O Papa Bonifácio VIII instituiu, em 1300, o primeiro Ano Santo – com recorrência centenária, passando depois, segundo o modelo bíblico, cinquentenária e finalmente fixado de 25 em 25 anos.
O atual Ano Santo começou com a abertura da Porta Santa, na Basílica de São Pedro, na vigília do último Natal, pelo Papa Francisco.
(Com Educris e Ecclesia)
112 catequistas açorianos participam no Jubileu dos Catequistas em Roma