Claudine Pinheiro apresenta novo trabalho discográfico na próxima edição do festival Jota

Cantora católica portuguesa fez concerto orante este sábado em São Miguel no âmbito do Festival Zarpar

É uma repetente nos Açores e, particularmente em São Miguel, mas conseguiu casa cheia, este sábado na Lagoa, no Convento dos Frades, onde brindou os participantes no multi-festival Zarpar com o seu “concerto orante”.

“Procuro sempre servir a comunidade que me acolhe” disse Claudine Pinheiro, à margem do espetáculo, numa conversa com o Sítio Igreja Açores, sublinhando no entanto que a música “é um fio condutor entre a oração” que vai propondo durante o concerto.

Claudine Pinheiro é já uma referência na música católica em Portugal. Há dez anos que nos vem habituando à sua voz doce, interpretando canções de inspiração cristã, primeiro de outros autores, nomeadamente da religiosa chilena Irmã Glenda e agora músicas inéditas e da sua autoria. Mas sempre com a mesma matriz.

“São músicas de inspiração bíblica, com uma grande fidelidade ao texto original, seja salmos seja o antigo e o novo testamento, que procuro fazer também com o intuito de evangelizar”, diz a intérprete/compositora que assim “também faz catequese pela música”.

O seu primeiro trabalho, publicado em 2004, com o apoio da família salesiana, “onde cresci espiritualmente e fiz o meu percurso catequético”, consistiu numa edição em que emprestou a sua voz, em português, às músicas da irmã Glenda.

Intitulado “Água Viva”, este trabalho percorreu o país e rapidamente, aquilo que parecia ser apenas para editar, tornou-se uma forma concreta de evangelização ao vivo, e os concertos sucederam-se a um ritmo impressionante.

Em 2008 lançou novo álbum, desta vez mais pessoal, “Capaz de TI”, com oito temas originais e 4 traduzidos e adaptados do castelhano (Nico Montero / Brotes de Olivo).

Com este CD, que foi um fenómeno em termos de internet, através sobretudo do myspace, Claudine é uma dos artistas de inspiração católica portuguesa que mais concertos tem dado por todo o país.

“Não sou boa em contabilidade mas julgo que faço pelo menos dois por mês” e já percorreu todas as dioceses, à excepção da do Funchal. Nos Açores já esteve pelo menos três vezes, duas em São Miguel e outra nas Flores.

A belíssima voz de Claudine, com a harmonia da guitarra e o aconchego do público, origina um especial concerto que pode chamar-se de Oração.

Ainda este ano, vai lançar mais um álbum que promete encantar pelas belas letras e suaves melodias. A apresentação dos temas será no próximo mês, em Lagos, no festival Jota, onde de resto é uma presença constante.

“Esta é a minha missão. Não fui eu que a escolhi mas sim Deus que me escolheu e por isso tudo o que faço é obra Dele”, refere ainda durante a conversa.

Aos 37 anos de idade, casada e com um filho diz de si mesma que é uma “espécie de católica free lancer”. Sem estar ligada a uma comunidade paroquial determinada, procura “servir” todas as que a convidam para concertos, seja para uma festa de paróquia, seja para uma ouvidoria, seja para um multi festival com uma estrutura mais organizada, como o Zarpar.

“Procuro adaptar-me respeitando as necessidades da comunidade que me acolhe” diz com uma enorme simplicidade assumindo que este é o seu trabalho pastoral, seja junto de públicos mais jovens seja de público mais adulto.

“Os jovens têm sede de um encontro com Cristo e quando alguém proporciona esse encontro aderem com muita facilidade” diz a artista desfazendo um pouco a ideia de que os jovens, hoje, são pouco comprometidos.

“É uma ideia preconcebida e é uma asneira se nós ficarmos presos a ela”, destaca lembrando a importância da música e da cultura em geral para se cativar o público jovem.

“A Igreja tem a obrigação de promover a cultura como instrumento e forma de evangelização porque a arte, nas suas diferentes expressões, terá sempre lugar na vida das pessoas”, conclui.

Claudine Pinheiro encerrou o segundo dia do multi-festival Zarpar, organizado pela ouvidoria da Lagoa, e que  termina este domingo, reunindo jovens de toda  a ilha de São Miguel.

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