Comunicação de Inspiração Cristã deve «marcar a diferença» perante «tristeza» social disse D. Jorge Ortiga

9.º congresso da Associação de Imprensa de Inspiração Cristã reúne profissionais do setor

O arcebispo de Braga inaugurou hoje o Congresso da Associação da Imprensa de Inspiração Cristã (AIC), em São Bento da Porta Aberta, pedindo atenção ao que “edifica a sociedade sem trair a verdade”.

“Importa reconhecer que comunicação social proporciona uma imensa oferta de consumo. No meio desta confusão impõe-se apostar na alternativa, em modelos diferentes que não se fecham na comunicação das notícias mas olham para o que edifica a sociedade sem trair a verdade”, disse D. Jorge Ortiga, na sessão de abertura do 9.º Congresso da AIC.

O arcebispo de Braga alerta que perante o mundo atual de “tristeza estampada” no rosto das pessoas, a comunicação de Inspiração Cristã deve “marcar a diferença” indicando caminhos de alegria.

“Não somos por uma comunicação meramente cor-de-rosa mas não pintemos o mundo com tintas tão sombrias”, alertou.

O congresso da AIC tem como tema “MEDIAdores da alegria e do encontro” e prolonga-se até sábado.

Para D. Jorge Ortiga, a urgência de uma cultura do encontro capaz de “uma consciencialização comunitária” surge da “tristeza generalizada” que o Papa caracteriza de individualista na procura e na concretização dos sonhos e projetos.

Nesse sentido, o bispo destacou que é preciso “cultivar encontros” mas com “critérios de objetividade” na verdade porque é um serviço à comunidade de “extrema” importância e necessidade.

Esta cultura do encontro vai também originar espaço para os outros e “permitir que os pobres entrem no circuito da atenção e prioridade”, explicou o bispo na intervenção intitulada «Para que o encontro aconteça: um novo espaço mediático – uma Igreja em saída».

O também presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana alertou que “os pobres sem voz” precisam de quem saia da rotina e seja capaz de provocar “sensibilidade, solidariedade e fraternidade”.

“Eles não têm gabinete de comunicação a anunciar os acontecimentos numa perspetiva de interesse pessoal”, ao contrário dos decisores políticos e económicos, assinalou D. Jorge Ortiga.

Dessa forma, para o arcebispo primaz, a imprensa é um dos “rostos de uma Igreja em saída” por onde se parte “sem saber onde se chega” para comunicar a “Verdade” nos vários “circuitos da existência humana”.

Por isso, quem trabalha neste “verdadeiro areópago” deve ter esta consciência de “responsabilidade” porque existe sempre um sentido de missão que “nunca pode adormecer ou ser esquecido”.

O anfitrião deste encontro disse que ao olhar para o mundo é fácil prever o caminho a seguir e citou o exemplo dado pelo Papa Francisco no número dois da exortação apostólica «A Alegria do Evangelho».

 

Ecclesia

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