D. João Lavrador coloca-se ao “serviço da igreja dos Açores” de olhos postos “nos mais desfavorecidos”

Novo Bispo Coadjutor de Angra quer “aprender” a ser açoriano

Ao fim de sete anos a servir na Diocese do Porto, como Bispo Auxiliar, D. João Lavrador deverá “entrar” na Diocese de Angra no primeiro domingo do Advento, dia 29 de novembro,  mas coloca-se desde já “ao serviço” desta igreja particular com duas prioridades: olhar os mais desfavorecidos e desenvolver uma verdadeira comunhão entre igreja e o povo dos Açores.

“Intuindo o esforço e o alcance pastoral do Senhor Dom António Braga, posso afirmar que me coloco ao serviço de uma Igreja que é chamada a construir permanentemente a comunhão entre todos os seus membros, a desenvolver os serviços eclesiais, desafiada a viver a participação e a corresponsabilidade de todos os baptizados e a dialogar serena e evangelicamente com o mundo de hoje”, adianta.

O novo Bispo Coadjutor de Angra, nomeado pelo papa Francisco, elege como prioridade do seu ministério episcopal os que mais sofrem.

“Permitam-me que tenha uma especial palavra de atenção e de carinho para com os que vivem na pobreza e na marginalidade económica, social, cultural ou religiosa; e para com os emigrantes que tiveram de deixar a sua terra para encontrar o pão em paragens distantes. Ajudai-me a melhor servir a vossa promoção integral”, destaca sublinhando a importância deste “esforço” ser “conjunto”, envolvendo todas as forças vivas da diocese, das civis às eclesiásticas.

“Reconheço que a palavra e sobretudo os gestos tão expressivos do Santo Padre, o Papa Francisco, que através do apelo a uma Igreja em saída, de portas abertas, convidando os cristãos a irem até às periferias existências e culturais, e sobretudo ao dizer-nos que a missão é de todos, são uma forma de traduzir a exigência da renovação das comunidades cristãs à luz do Concilio Vaticano II”, sublinha o novo prelado adiantando o lema do seu ministério episcopal “Tu segue-Me”.

“Nesta hora em que sou chamado a servir o Povo de Deus dos Açores e a Igreja Diocesana de Angra do Heroísmo, sinto renovada a experiência de amor e de misericórdia que o encontro intimo com Jesus Cristo provoca e que se traduz na interpelação que me impele para a missão neste novo contexto humano e eclesial”, diz D. João Lavrador.

“Perante as incapacidades, perplexidades e medos que tão grande tarefa acarreta brota do meu íntimo a mesma Palavra que serenou S. Paulo e que hoje me dá a plena confiança em Jesus Cristo que me acompanha: «Basta-te a Minha Graça, porque é na fraqueza que a Minha Graça se revela totalmente» (Gal. 12, 9)”, refere o recém nomeado Bispo Coadjutor de Angra, sem deixar de invocar uma especial proteção de Nossa Senhora.

“O facto de iniciar o serviço pastoral na Diocese de Angra do Heroísmo no começo do ano da misericórdia e com a visita de Nossa Senhora Peregrina reveste-se para mim de forte significado, de profunda iluminação e de fascinante desafio ao meu ministério episcopal”, refere.

Nesta primeira Mensagem  formal, a partir da qual se dirige a toda a diocese, aproveitou também para sublinhar o “apreço pela dedicação e generosidade” do Bispo de Angra, com quem espera “aprender e ter tempo para beber todos os ensinamentos que certamente serão muito úteis para o futuro da diocese”.

Depois deixa uma palavra aos açorianos para que o aceitem com “tolerância e benevolência”.

“É nesta confiança que me volto para vós mulheres e homens, crianças, jovens e idosos dos Açores para vos pedir que me aceiteis como um de vós na certeza que quero fazer caminho convosco, partilhando das vossas alegrias, sonhos e aspirações, dos vossos cansaços, desilusões e sofrimentos e aprendendo da vossa riqueza humana e de fé do ser açoriano que tão lucida e profundamente revela no louvor ao Senhor Santo Cristo e nos Impérios do Espirito Santo”, sublinha D. João Lavrador, que centra o seu olhar sobre os mais desfavorecidos.

Nesta primeira mensagem , o novo Bispo Coadjutor de Angra dirige-se de uma maneira especial ao Bispo Emérito de Macau, Dom Arquiminio Rodrigues da Costa, “de quem espero recolher muito da sua longa experiência episcopal e da sua santidade de vida”, residente no Pico, e restantes responsáveis pela diocese da Cúria ao Cabido, Colégio de Consultores e Equipa Fomradora do Seminário Episcopal de Angra bem como todos os responsáveis pelas ouvidorias , serviços diocesanos, movimentos e paróquias e comunidades religiosas “com quem desejo manter uma relação de cordialidade, de respeito e de diálogo”.

Além das autoridades eclesiais, D. João Lavrador deixa uma palavra para o poder político e civil da Região e para a comunicação social, “homens e mulheres que têm perante si mesmos o desafio e a enorme responsabilidade de intervirem na opinião pública e de se colocarem sempre no caminho da verdade, do bem e da justiça”.

“Sinto que, respeitando a legitima liberdade religiosa e a verdadeira autonomia, o dever de melhor servir o bem comum, a dignidade humana, a pessoa e a sociedade leva-nos a unirmos esforços para a promoção social de todos os cidadãos sobretudo dos que mais sofrem”, adianta ainda.

Ao deixar a Diocese do Porto, deixa também uma palavra de “ profunda gratidão e amizade” a D. António Francisco dos Santos e a todos os bispos auxiliares da diocese- D.João Miranda, D. António Taipa e D. Pio Alves “de quem senti sempre a sua comunhão e ajuda no meu serviço pastoral”.

A mensagem do novo prelado termina com a invocação da proteção de São Salvador do Mundo, patrono da Sé de Angra e do Beato João Baptista Machado, padroeiro da Diocese.

Scroll to Top