Iniciativa permite visita ao “campo arqueológico” da Igreja e visita à exposição e oficina de restauro e conservação do património móvel da Igreja
No próximo sábado, 6 de setembro, a Igreja de Santo André estará de portas abertas, convidando a comunidade envolvente e a visitante a conhecer de perto este espaço e o projeto científico associado, informa uma nota enviada ao Sítio Igreja Açores.
A entrada livre pode ser feita no horário entre as 9h00 e as 12h00 e entre as 13h00 e as 16h00. Além do “campo arqueológico” aberto na Igreja e que permite ver as mais recentes descobertas arqueológicas e antropológicas feitas pela equipa de investigadores, os visitantes poderão também passar pela exposição-oficina de arte sacra, onde decorre o trabalho de conservação e restauro de algumas das peças da Igreja e poderão fazer uma visita ao Museu Municipal, onde estão expostos os acervos das escavações anteriores realizadas no Convento de Santo André.
A equipa deste projeto, que envolve vários parceiros, entre eles a Diocese de Angra e a Câmara Municipal de Vila Franca do Campo, está agora empenhada em identificar as ossadas encontradas no subsolo da Igreja.
O projeto assenta numa investigação científica, valorização cultural, histórica, arqueológica e artística deste património da diocese de Angra, que autorizou os referidos trabalhos, como se lê no protocolo estabelecido entre as duas entidades. Os trabalhos são sempre acompanhados pela ouvidoria de Vila Franca do Campo.
A Igreja de Santo André, situada no Largo Bento de Góis, conhecido como `largo das freiras´, na antiga Capital da ilha, já foi ermida e depois convento, albergando várias comunidades de vida consagrada, é agora uma das atrações turísticas de Vila Franca que pode ser visitável a partir das obras de investigação, conservação e restauro que estão a ser implementadas.
Durante as últimas escavações, entre os dias 14 e 25 de julho, num perímetro compreendido entre 3 metros de largura e 1,5m de comprimento, na zona do presbitério, foram encontradas nove ossadas, que estão a ser estudadas laboratorialmente para se identificar a quem pertenceram, intuindo-se que possam ser da família que mandou construir o templo. À época era prática comum ás famílias que mandavam construir ermidas utilizar esses espaços como panteão para sepultar os seus entes queridos.
O projeto conta, ainda, com o apoio de diversas entidades científicas e culturais, públicas e privadas, como a Academia das Artes da Universidade dos Açores, o CHAM – Centro de Humanidades e a Fundação Sousa d’Oliveira.
Este trabalho na igreja de Santo André é o terceiro de um conjunto que envolveu escavações no Forte do Tagarete e na Praça Bento de Góis, com a mesma finalidade de averiguar os pormenores da história de Vila Franca do Campo que chegam aos nossos dias pela tradição oral.
O monumento, que se encontrava fechado ao público, está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 2008.
A igreja de Santo André integra o convento com o mesmo nome e a sua origem remonta à reconstrução da vila após o terramoto de 1522.