Evangelização “é um trabalho de todos”, afirma D. Armando Esteves Domingues

Foto: Agência Ecclesia/PR

Presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização acredita que o processo sinodal em curso pode ajudar na consciencialização missionária

O presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização defendeu hoje, no Vaticano, que a evangelização é um “trabalho de todos” na Igreja.

“Nós não nascemos para ficar na Igreja parados […], não nos fazemos evangelizadores por causa de um curso que fazemos, mas porque somos batizados. Pelo batismo nascem tantos milhões de evangelizadores, só que alguns ainda não deram conta. E este é o desafio que se põe à Igreja portuguesa, consciencializar-nos que este é um trabalho de todos”, afirmou, em declarações aos jornalistas.

No quarto dia de visita “Ad Limina”, os bispos portugueses tiveram durante a manhã um encontro no Dicastério para a Evangelização, em que assinalaram a importância da realização de um curso de integração missionária que em Portugal já está em marcha.

“A Igreja de Portugal sente necessidade de fazer este  curso de integração missionária para todos aqueles que agora, em sentido contrário, e em resposta aos missionários que em tempos foram para as novas igrejas, foram evangelizar;  hoje já temos muitos naturais dessas igrejas que vêm para o continente e que nós queremos receber da melhor maneira e queremos também integrar”, destacou o bispo de Angra.

O papel das Obras Missionárias Pontifícias no desenvolvimento das “novas igrejas”, “as igrejas pobres”, foi outro aspeto abordado em reunião.

“E por isso também este apelo a que nós bispos nos empenhemos em suportar as obras missionárias pontifícias, com pessoas e também com bens, concretamente nos peditórios que fazemos para as missões”, explicou o responsável.

O bispo de Angra acredita que o processo sinodal em curso na Igreja pode ajudar a purificar uma consciencialização missionária de todos e à corresponsabilização dos leigos.

“Eu acho que essa é a grande razão da esperança que nos anima neste tempo da Igreja, porque damos conta que estamos todos um bocadinho à espera daquilo que já os papas anteriores, João Paulo II, depois o Papa Bento XVI, falavam que era a nova evangelização; agora é necessário um novo vigor, um novo ardor, como dizia já João Paulo II, mas também novos métodos”, referiu.

D. Armando Esteves Domingues ressalta que enquanto cada um for capaz de se converter a caminhar junto com o outro, com o irmão, pode evangelizar o mundo.

“Estes desafios não são apenas para nós estrutura, digamos assim, evangelizadora para os bispos, para os padres, para os entes pastorais, é uma consciencialização de que não podemos evangelizar o mundo sem o mundo”, sustentou.

Sobre a questão da adaptação da linguagem como forma de a Igreja chegar às pessoas mais distantes, o bispo de Angra salienta que este é um tema que não só surgiu na reunião como “aparece em quase todas”.

“Nós temos que rever as nossas linguagens, mas há uma expressão que também é transversal, que nós não evangelizaremos as pessoas, nós evangelizamo-nos com as pessoas e com elas saímos para o mundo”.

Para o responsável católico, “não há Igreja sem missão”.

“Se pensarmos que é possível ter uma Igreja atualizada por mais linguagens novas que tenhamos, se não for direcionada para a missão no mundo, a Igreja nem sequer é precisa, torna-se mesmo irrelevante”.

A visita Ad Limina dos bispos portugueses termina esta sexta-feira com uma audiência com o papa Francisco.

(Com Agência Ecclesia)

 

 

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