Sete homens de São Miguel Faial, Pico e Terceira serão ordenados diáconos permanentes em Angra
Servir a Deus e aos irmãos na Palavra, na liturgia e na caridade é a missão que os futuros diáconos, que serão ordenados no próximo domingo, na Catedral, em Angra, sublinham. Na sua maioria casados referem que a ordenação diaconal é , mais do que uma meta, um ponto de partida para a missão.
Armando Cordeiro é o mais velho. É um agente de pastoral na paróquia de Nossa Senhora de Fátima no Lajedo, em Ponta Delgada.
“A ordenação não é uma meta mas um ponto de partida para ir ao encontro dos irmãos, de um modo mais particular dos necessitados e oprimidos que estão à nossa espera. Estou disponível para servir o diaconado no serviço a Deus e aos irmãos na fé, na humildade e na obediência” referiu em declarações ao sítio Igreja Açores.
Valeriano Correia, dos Arrifes, destaca um dia “ de grande alegria para todos” mas também de “profunda reverência”.
“A caminhada não foi fácil. Com muitos medos, alegrias e dúvidas. Ao longo de 4 anos fui ultrapassando os desafios, descobrindo a vocação e discernindo-a” disse ainda afirmando que ser “ordenado diácono é responder a este chamamento de servir sobretudo na caridade: ser instrumento para amar, acolher e conduzir os corações. Entrego a minha vida ao senhor”, conclui.
Manuel Gonçalves coloca o enfoque na sua experiência de vida cristã que começou há mais de 60 anos quando entrou para o Seminário onde esteve oito anos. Neste regresso, para os quatro anos de formação, diz que a resposta “ás várias interpelações” surgiu como um sim, porque “se a Igreja precisa de mim para servir aqui estou”.
“ Este é o meu segue-me, a aceitação do serviço não às mesas mas a todos os que querem e desejam ser Igreja, tendo sempre presente a cruz de Cristo”, afirma o futuro diácono, casado, com filhos, natural do Pico.
Roberto Serpa vem da ilha vizinha, mas reside em Ponta Delgada, na Fajã de Baixo.
“Será um dia transformador na minha vida. Tenho refletido muito sobre este momento e o meu coração enche-se de gratidão a todos os que me ajudaram até aqui” refere.
Mas o coração “também se enche de reverência” porque “ sinto este chamado divino e um compromisso na fé e no serviço, um serviço dedicado aos outros. Não se trata de apenas receber um ministério mas um serviço” enfatiza, lembrando que o seu sim foi dado “no silêncio da oração, na formação e na comunhão com a família e com todos”.
“É o início de uma nova etapa que desejo viver fielmente e com espirito de entrega”.
Paulo Roldão é o único da ilha Terceira. Refere a importância da formação mas recorda que Deus não pede muito para “o bem servir”.
“Não tenho de fazer grandes coisas nem receber muitos aplausos. Basta-me amar os irmãos como Ele nos amou”, afirma.
“Tal como no meu matrimónio só no dia seguinte tomarei consciência do que será mas sei que vou fazer algumas coisas em seu nome”, diz ainda.
Artemísio do Nascimento diz que a ordenação “é um dom e um apelo de Deus que será dedicado ao serviço da caridade”.
“Consagro-me ao serviço reconhecendo que este caminho é fruto da graça de Deus. Estou para servir e farei tudo o que Ele disser” sublinhou ao recordar o episódio das bodas de Canã.
“Na minha ordenação procurarei uma obediência total a Jesus e confiança na sua sabedoria e poder” procurando “agir de acordo com os seus planos” com “humildade e esperança”.
Francisco Silva, que como Artemísio do Nascimento é solteiro- ambos são também de São Miguel- lembra que o que está em causa é “seguir o exemplo de Jesus, que cuida dos frágeis e dos vulneráveis”.
Os futuros diáconos fizeram uma formação de quatro anos no Seminário Episcopal de Angra. O diácono permanente é uma vocação da Igreja para o serviço da comunhão, para o serviço dos irmãos.
O diaconado permanente, restaurado pelo Concílio Vaticano II em harmonia de continuidade com toda a Tradição, conheceu nestes últimos decénios, em muitos lugares, um forte impulso e produziu frutos prometedores, com vantagem para o trabalho urgente da nova evangelização. A Santa Sé e numerosos Episcopados não deixaram de apresentar normas e referências de vida e de formação diaconal, ajudando uma experiência eclesial que, para o seu incremento, necessita hoje de unidade de objectivos, de ulteriores elementos de clarificação e, no plano da acção, de estímulos e determinações pastorais. Nos Açores, o desejo de formar e ordenar diáconos Permanentes surgiu no episcopado de D. João Lavrador.
Bispo de Angra vai ordenar sete diáconos permanentes no Jubileu dos Sacerdotes