Igrejas Açorianas retomam celebrações comunitárias com presença de fieis esta segunda-feira

Decisão foi articulada com as autoridades regionais de saúde, tendo em conta as orientações nacionais da Conferência Episcopal Portuguesa. Reabertura do culto com fieis será faseada: primeiro

As missas na diocese de Angra, com a presença de física de fieis em sete das nove ilhas do arquipélago, serão retomadas esta segunda feira, dia 18, dois meses e dois dias depois de terem sido suspensas a 16 de março.

A diocese de Angra é a primeira do país a retomar as celebrações comunitárias, embora o regresso dos fieis seja gradual e faseado.

“Após auscultação do Governo Regional decidimos que no próximo dia 18 de Maio abrirão ao culto as igrejas sediadas nas Ilhas das Flores, Corvo, Santa Maria, Pico Faial, S. Jorge e Terceira; no próximo dia 31 de Maio (devendo celebrar-se as missas vespertinas ou vigilia na véspera), abrirão ao culto as igrejas sediadas nas Ilhas de Graciosa e S. Miguel”, refere o bispo de Angra numa carta enviada a todo o clero açoriano.

“Pede-se a compreensão para esta diferenciação, já que as situações de saúde pública também são diferentes” sublinha D. João Lavrador lembrando desta forma que esta reabertura faseada tem em conta a situação particular de cada ilha.

“Agora que terminou o Estado de Emergência decretado por Sua Excelência o Senhor Presidente da República, após a abertura de algumas áreas económicas e sociais decretadas pelo Senhor Primeiro Ministro e pelo Senhor Presidente do Governo Regional dos Açores e acatando sempre as orientações dos Responsáveis da Saúde, seja a nível Nacional, seja a nível Regional, seguindo as orientações da Conferência Episcopal Portuguesa, cabe-nos abrir as Igrejas ao culto no âmbito da nossa Diocese de Angra” assinala D. João Lavrador.

O prelado alerta para a exigência de “responsabilidade pessoal e comunitária” neste tempo de desconfinamento progressivo e gradual “de modo a não se infectar a si mesmo e nem infectar os outros”.

Por isso, as celebrações litúrgicas devem obedecer aos seguintes requisitos: garantir o distanciamento das pessoas; ausência de água benta nas pias, à entrada das portas das igrejas; disponibilidade de todos os espaços possíveis (sacristias, coro alto, salas anexas…) para que os fiéis se distribuam de modo a manter o distanciamento, salvo se forem da mesma família já a coabitar em casa.

Na carta orientadora enviada a todos os sacerdotes o bispo de Angra lembra que os bancos da igreja deverão estar mais distanciados “de modo a que não haja contactos pessoais de um banco a outro. Recomenda-se a lotação máxima de 2/3 da capacidade do templo, espaçamento de 2 metros”. É igualmente obrigatório o uso da máscara, que só deve ser retirada no momento da comunhão; é suprimido o abraço da paz; a comunhão é na mão e os ministros que distribuirão a comunhão usarão máscara e desinfectarão as mãos no inicio e no fim da referida distribuição.

A entrada e a saída da igreja será feita individualmente sem qualquer contacto entre os participantes.

Na celebração do sacramento da reconciliação deve observar-se as regras de distanciamento e de protecção para evitar qualquer contágio e a celebração de exéquias nos funerais só poderão celebrar-se se forem acauteladas as normas destinadas às celebrações litúrgicas.

“Para já, as festas anuais de padroeiros, no que respeita às suas manifestações públicas, dada a aglomeração incontrolável de pessoas, ficam sujeitas às orientações do Governo Regional e dos Responsáveis de Saúde”, refere ainda D. João Lavrador.

O bispo de Angra pede, ainda, aos sacerdotes e aos leigos que cumpram as regras emanadas pela Direção regional de Saúde.

“Este continua a ser um tempo de máxima exigência e de responsabilização de todos e cada um. Procuremos ajudar o Povo de Deus a retomar progressivamente a sua vida religiosa e social mas com as devidas precauções”, refere o prelado diocesano.

Na carta enviada a todo o clero, D. João Lavrador fala nas consequências que esta pandemia irá provocar, a gira e no futuro, “no desemprego e na pobreza, senão mesmo fome”.

“Peço a cada pároco que junto da sua comunidade cristã promova ainda mais a partilha fraterna e ausculte as necessidades existentes e as encaminhe para as instituições que lhe podem responder”, refere.

A carta termina com um agradecimento a todos os sacerdotes: “Reconhecido pelo modo como vós tendes estado presentes junto do vosso povo fiel nestes tempos difíceis, imploro as bênçãos de Deus para vós e para as vossas comunidades”.

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