Igrejas cristãs unem esforços pelo cuidado da criação e lançam ferramenta de certificação ambiental

Eco Igrejas arranca a 25 de outubro

Foto: Igreja Açores/CR (arquivo)

Várias Igrejas Cristãs, em conjunto com a Rede Cuidar da Casa Comum e a associação A Rocha, apresentaram a iniciativa “Eco Igrejas Portugal”, um projeto que visa promover a sustentabilidade e o cuidado com a criação através de uma ferramenta de certificação ambiental, a ser lançada oficialmente no próximo dia 25 de outubro, na igreja de São Paulo, em Lisboa.

Em entrevista ao programa Ecclesia (RTP2), Juan Ambrosio, vice-presidente da Comissão Coordenadora da Rede Cuidar da Casa Comum, sublinhou que a diversidade de vivências cristãs é uma riqueza quando existe diálogo e cooperação:

“As várias formas de viver o cristianismo, se formos capazes de nos entender e celebrar juntos, são uma riqueza e não uma pobreza.”

O responsável destacou ainda que a reflexão sobre sustentabilidade nas Igrejas Cristãs antecede o pontificado do Papa Francisco, mas que este a consolidou como “critério de fidelidade à experiência cristã”.

A iniciativa “Eco Igrejas Portugal” nasceu após um memorando de entendimento assinado em 12 de junho de 2021 entre várias entidades cristãs: A Rocha – Associação Cristã de Estudo e Defesa do Ambiente, Aliança Evangélica Portuguesa, Conferência Episcopal Portuguesa, Conselho Português de Igrejas Cristãs e a própria Rede Cuidar da Casa Comum.

“Esta preocupação não é apenas teórica. Traduz-se em práticas concretas de mudança de estilo de vida e de organização das comunidades”, explicou Juan Ambrosio, referindo-se à nova ferramenta de certificação ambiental.

O programa desenvolve-se em três fases: Discernimento – inclui o preenchimento de inquéritos que abrangem todas as dimensões da vida comunitária, desde compras e consumo de energia até à mobilidade e catequese; Compromisso – introduz o cálculo da pegada carbónica e a elaboração de relatórios técnicos por especialistas na área ambiental e Transformação – avalia as mudanças efetivas nas práticas, na gestão e nos estilos de vida das comunidades e instituições envolvidas.

Juan Ambrosio salientou que este processo representa uma forma concreta de celebrar o 10.º aniversário da encíclica “Laudato si’”, e que o projeto foi preparado ao longo de quatro anos:

“Isto exige compromisso financeiro e mostra como consideramos este projeto relevante. O custo para as comunidades será acessível, garantindo a participação de todas as interessadas.”

O vice-presidente da Rede Cuidar da Casa Comum concluiu que o caminho proposto é uma oportunidade de viver a fé com impacto transformador: “O cristianismo não é apenas uma proposta interior. Deve traduzir-se em ações que cuidem da casa comum e do humano comum.”

Aberto a todas as confissões cristãs, o programa “Eco Igrejas Portugal” pretende capacitar igrejas e comunidades de fé para uma transformação sustentável, refletida na forma como ensinam, agem e comunicam.

(Com Ecclesia)

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