Movimento de Romeiros de São Miguel pondera alteração da data do dia do Romeiro

O dia e o regulamento interno do Movimento vão ser “repensados”.

O regulamento interno do Movimento de Romeiros e a data comemorativa do dia do Romeiro (no primeiro domingo de maio) vão ser “repensados”, disse ao Portal da Diocese o coordenador do Movimento Romeiros de São Miguel, João Carlos Leite, no âmbito da festa comemorativa do Dia do Romeiro que se celebrou pela terceira vez na paróquia do Livramento.

 

“Julgo que o dia do Romeiro, coincidindo com o inicio das Festas do Divino Espírito Santo e o dia da Mãe torna a festa menos participada e por isso seria melhor por exemplo pensarmos em mudar este dia para o inicio de cada ano pastoral em que há menos atividades”, sublinhou João Carlos Leite.

 

Além do dia, o próprio regulamento interno vai ser alvo de uma reformulação, desde logo porque a provisão de 10 anos para o atual regulamento, já foi ultrapassada.

 

“Vamos pedir a todos os ranchos que nos apresentem propostas de alteração ao atual regulamento e depois elaboraremos um documento que será enviado ao Senhor Bispo para homologação”, precisou.

 

Em cima da mesa estão “todos os assuntos” que os ranchos quiserem abordar mas “para já não seria de bom tom estar a avançar com algumas propostas” disse João leite sublinhando que há matérias “que têm sido ressalvadas” pela maioria dos romeiros e que têm de ser atendidas, mas não quis precisar quais.

 

“Primeiro vamos ouvir os irmãos e depois aprofundaremos o assunto tomando algumas decisões”, rematou.

 

Prometido ficou igualmente um novo modo de funcionamento “mais adequado às exigências da nossa sociedade atual” em que a aposta na formação “espiritual e social” será um dos principais pilares.

 

“Vamos definir um esquema de trabalho com base em zonas para empenharmos o nosso movimento nas comunidades paroquiais onde se insere”, avançou João Leite lembrando, uma vez mais, que a “missão do romeiro não se esgota na preparação e na própria romaria. Temos de ser mais ativos e empenhados”.

 

Este domingo cerca de 100 romeiros, acompanhados de familiares, confraternizaram na “casa” dos Romeiros do Livramento.

 

“É a terceira vez que recebemos e gostamos de os ter cá. É um orgulho podermos assinalar este dia na nossa freguesia”, disse ao Portal da Diocese o mestre do Rancho de Romeiros do Livramento António Pedro Silva.

 

Romeiro há 54 anos, mas com força para levar a romaria por diante- “ando como um passarinho, até parece que voo”- António Pedro, como é conhecido, garante que a pouca adesão dos romeiros neste tipo de festa não é sinónimo de desinteresse mas “as festas são muitas”.

 

O dia do Romeiro contou ainda com uma série de testemunhos de “irmãos” que fizeram o relato na primeira pessoa das experiências vividas na romaria.

 

Dinarte Câmara, do Rancho de Nossa Senhora da Estrela (Matriz da Ribeira Grande, ilha de São Miguel) diz que é um momento em que “se escancara o coração a Deus” e isso é “formidável”.

 

Miguel, de 14 anos, do rancho da Ponta Garça, lembra que o espirito de sacrifício e a força de vontade para terminar uma caminhada é “um sinal do que Deus nos transmite”.

 

Um sentimento partilhado por Mário Jorge Ponte do rancho da Matriz de Ponta Delgada e Paulo Vieira, do Rancho de Água de Pau.

 

Fernando Maré, um dos decanos dos romeiros da Ribeira Seca (Ribeira Grande) sublinhou a necessidade de “formação e de prolongamento do espirito da romaria”, pedindo mais envolvimento comunitário aos romeiros.

 

O dia do Romeiro contou ainda com uma celebração eucarística e com uma tarde de animação com a atuação do grupo de teatro Papel de Parede, do Rancho folclórico do Livramento e das irmãs Evangelinas.

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