Nova Direção da Irmandade de São Pedro Ad Víncula toma posse de olhos postos nos mais novos

Ouvidor da Terceira é o novo presidente da direção

A Irmandade de São Pedro Ad Vincula tem a partir de hoje uma nova direção, que será presidida pelo Cónego António Henrique Pereira, com um um programa de ação assente num novo paradigma, que estende o campo de intervenção a várias gerações de sacerdotes.

A cerimónia de tomada de posse foi presidida pelo Bispo de Angra que entregou à Irmandade os novos estatutos aprovados,  e por si ratificados,  e apelou aos novos corpos sociais para que sejam verdadeiros mensageiros da misericórdia, “nas palavras e na ação”, vivendo-a também no presbitério.

A nova Mesa Administrativa desta Irmandade, com 411 anos de existência nos Açores, a mais antiga a seguir às Misericórdias, para além do ouvidor da Terceira, conta ainda com os padres Ricardo Henriques, Adriano Borges, Ângelo Valadão e Júlio Rocha.

Tomaram igualmente posse os responsáveis pelos restantes corpos sociais, nomeadamente os membros da Mesa da Assembleia Geral, que será presidida pelo Pe Hélder Miranda Alexandre e os do Conselho Fiscal que será liderado pelo Cónego João Maria Mendes.

Da Assembleia geral fazem, ainda, parte os padres Marco Martinho e Vasco Parreira e do Conselho Fiscal, os Cónegos João de Brito e Francisco Dolores.

A eleição da nova direção decorreu no passado dia 27 de novembro,  já de acordo com os novos estatutos aprovados previamente e que se aproximam dos estatutos das IPSS´s.

Uma das primeiras iniciativas da nova direção é implementar o programa de apoio aos sacerdotes mais novos, nomeadamente no que diz respeito a um apoio financeiro para aquisição, entre outros, de uma viatura.

Trata-se de um programa destinado ao clero jovem que venha a ser ordenado na diocese e que na sua primeira colocação não tenha condições financeiras para se fixar na paróquia.

É uma mudança de paradigma na ação da Irmandade, que até agora dava preferencialmente apoio aos mais velhos.

“A assistência aos irmãos, sobretudo os mais idosos e fragilizados, que são os que têm mais idade vai continuar a ser uma prioridade mas não esquecemos os mais novos”, disse ao Sítio Igreja Açores o Cónego António Henrique Pereira, no dia da sua eleição.

O novo presidente da direção lembra também que neste próximo mandato, de três anos, vai ter uma atenção especial ao Fundo de Solidariedade do Clero, que é financiado por todos os irmãos e pela diocese de forma a garantir meios de subsistência para o clero que necessite, sobretudo depois da aposentação.

Para já a sustentabilidade do fundo “está garantida porque temos um clero relativamente novo”, mas o envelhecimento e a escassez de novas vocações “devem-nos fazer refletir”.

O Fundo de Solidariedade do Clero foi criado há dois anos com o objetivo de garantir um mínimo de subsistência ao clero reformado (75 anos), que tenha pensões de reforma abaixo do valor da côngrua paroquial, estipulada em 800 euros.

A Irmandade de São Pedro Ad Víncula, criada em 1604, com o intuito de proteger o clero pobre e mais vulnerável, é proprietária da Casa Sacerdotal, em Angra do Heroísmo e, numa parceria com a Diocese e a Fundação Pia Diocesana do Bom Jesus, gere o Lar Betânia, em Ponta Delgada.

A Irmandade dispõe, ainda de um apartamento em Ponta Delgada, doado por Monsenhor Weber Machado que se encontra arrendado e o proveito da renda reverte a favor do Lar Betânia.

Na Casa Sacerdotal de Angra residem dois sacerdotes com total autonomia e atualmente o Bispo de Angra, D. António de Sousa Braga, mas o objetivo é “garantir através de uma parceria ou de meios próprios, desde que sustentáveis” as condições necessárias para assegurar novas valências para o caso de algum sacerdote precisar de cuidados de outro género. Esta valência está garantida em Ponta Delgada, no Lar Betânia, dada a proximidade com a Clínica do Bom Jesus, mas até à data “ainda não foi necessária”.

A atividade da Irmandade de São Pedro Ad Víncula circunscreve-se às ilhas Terceira e São Miguel, mas abrange todo o clero diocesano, espalhado por todas as ilhas, sem qualquer “condicionalismo”.

 

 

 

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