O Escutismo “é uma forma de vida” e não apenas um movimento, dizem responsáveis

Os cem anos do escutismo católico açoriano foram assinalados numa sessão solene esta manhã na sede da Junta Regional, em belo jardim, na ilha Terceira

Foto: Página do facebook do Agrupamento 631 de Santa Luzia

O Corpo Nacional de Escutas (CNE) assinalou este fim de semana o centenário do escutismo católico nos Açores e esta manhã, na sede da Junta regional, durante uma sessão solene, foram sopradas as cem velas de aniversário, numa celebração que contou com a presença de diversas entidades civis, religiosas e associativas, que realçaram a importância do movimento escutista na formação de gerações de jovens açorianos.

O Bispo de Angra, D. Armando Esteves Domingues, sublinhou a grandeza da missão escutista.

“Bela a vossa escola, que belo este movimento. Cada um nos núcleos é um exército de homens e mulheres que não esperam nada; sois um livro onde se podem ler as boas ações” afirmou o prelado açoriano.

“Fico de alma cheia quando encontro um escuteiro a quem trato sempre por irão. É bom quando é assim” disse ainda D. Armando Esteves Domingues que enquanto foi sacerdote na diocese de Viseu foi o assistente diocesano do CNE.

“O escutismo é uma escola na sociedade. Nós fazemos parte da mesma rede que é a humanidade.”

O Chefe da Junta Regional dos Açores do CNE, João Tavares, destacou o papel do movimento como “escola de vida”, frisando que o escutismo nos Açores vai muito além das atividades semanais.

“O escutismo açoriano tem sido uma escola de vida onde cada jovem aprende a servir, a ser útil, a respeitar a natureza e a viver valores que resistem ao tempo” disse o dirigente que conta com 70 agrupamentos e 3200 jovens e adultos em todo o arquipélago.

“Somos amigos, leais, alegres e irmãos. Estas não são apenas palavras, mas sementes que germinam em cada ilha e em cada comunidade” disse ainda.

Foto: Agrupamento 631 de Santa Lúzia

A celebração do Centenário, comemorado sob o lema “semear a esperançacontou com a presença do assistente nacional e do presidente da Junta Central do CNE, Ivo Faria, que, na ocasião, prestou homenagem a todos os que integram o movimento.

“Hoje lembramos todos os dirigentes que deixam tudo para cuidar dos filhos dos outros. O escutismo não existiria sem o apoio da Igreja e das entidades que nos acompanham. Aos escuteiros, que sopram cem velas, recordo: nunca se esqueçam que o escutismo existe porque vocês cá estão. A nossa missão é deixar o mundo e também a nós próprios um pouco melhores”, disse Ivo Faria.

Na sessão solene estiveram também representantes da sociedade civil. Em nome do Governo regional, o Secretário Regional da Agricultura e Alimentação, agradeceu o serviço “em várias frentes” prestado pelo CNE.

“É uma dedicação de vida. Obrigado pelo serviço que desempenham. É uma verdadeira escola de cidadania e de humanismo, onde se aprende o valor da partilha, da solidariedade e do perdão, tão necessários num mundo em conflito de valores” disse António Ventura.

“O CNE é um ativo fundamental na prevenção e segurança das nossas sociedades, no respeito pela natureza e na ecologia integral, começando pelo cuidado da casa comum” acrescentou ainda.

Já a presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória centrou-se no simbolismo desta celebração.

“Este centenário é um testemunho da união que o movimento construiu. Que o caminho prossiga, porque se todos pensarmos que somos apenas um grão de areia, juntos formamos uma praia”, disse Vânia Ferreira.

A voz da juventude escutista fez-se ouvir pelo testemunho de um pioneiro e de uma caminheira.

Daniel Medeiros, pioneiro, afirmou que no escutismo encontrou “valores e uma forma de viver” que o “ inspira todos os dias”.

“Servir, liderar e deixar marca é o que nos move. Este movimento lembra-nos que o verdadeiro caminho faz-se em comunidade, porque é na diferença que está a força” disse ainda o jovem.

Já Bruna Ferreira, caminheira, salientou o significado do momento: “Celebramos não só um século de história, mas o nosso próprio caminho. O escutismo é uma forma de estar, de viajar, de aprender e de formar cidadãos conscientes. Honramos o legado e continuamos a escrevê-lo.”

Foto: Agrupamento 631 de Santa Lúzia

Durante este fim de semana foi ainda lançado um selo comemorativo do centenário, desenhado pela escuteira Inês Medeiros, numa parceria entre os CTT e Núcleo Filatélico de Angra.

A celebração do centenário decorreu entre 22 e 25 de agosto na ilha terceira reunidos cerca de 500 escuteiros de todas as ilhas.

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