Os cem anos do escutismo católico açoriano foram assinalados numa sessão solene esta manhã na sede da Junta Regional, em belo jardim, na ilha Terceira

O Corpo Nacional de Escutas (CNE) assinalou este fim de semana o centenário do escutismo católico nos Açores e esta manhã, na sede da Junta regional, durante uma sessão solene, foram sopradas as cem velas de aniversário, numa celebração que contou com a presença de diversas entidades civis, religiosas e associativas, que realçaram a importância do movimento escutista na formação de gerações de jovens açorianos.
O Bispo de Angra, D. Armando Esteves Domingues, sublinhou a grandeza da missão escutista.
“Bela a vossa escola, que belo este movimento. Cada um nos núcleos é um exército de homens e mulheres que não esperam nada; sois um livro onde se podem ler as boas ações” afirmou o prelado açoriano.
“Fico de alma cheia quando encontro um escuteiro a quem trato sempre por irão. É bom quando é assim” disse ainda D. Armando Esteves Domingues que enquanto foi sacerdote na diocese de Viseu foi o assistente diocesano do CNE.
“O escutismo é uma escola na sociedade. Nós fazemos parte da mesma rede que é a humanidade.”
O Chefe da Junta Regional dos Açores do CNE, João Tavares, destacou o papel do movimento como “escola de vida”, frisando que o escutismo nos Açores vai muito além das atividades semanais.
“O escutismo açoriano tem sido uma escola de vida onde cada jovem aprende a servir, a ser útil, a respeitar a natureza e a viver valores que resistem ao tempo” disse o dirigente que conta com 70 agrupamentos e 3200 jovens e adultos em todo o arquipélago.
“Somos amigos, leais, alegres e irmãos. Estas não são apenas palavras, mas sementes que germinam em cada ilha e em cada comunidade” disse ainda.

A celebração do Centenário, comemorado sob o lema “semear a esperança” contou com a presença do assistente nacional e do presidente da Junta Central do CNE, Ivo Faria, que, na ocasião, prestou homenagem a todos os que integram o movimento.
“Hoje lembramos todos os dirigentes que deixam tudo para cuidar dos filhos dos outros. O escutismo não existiria sem o apoio da Igreja e das entidades que nos acompanham. Aos escuteiros, que sopram cem velas, recordo: nunca se esqueçam que o escutismo existe porque vocês cá estão. A nossa missão é deixar o mundo e também a nós próprios um pouco melhores”, disse Ivo Faria.
Na sessão solene estiveram também representantes da sociedade civil. Em nome do Governo regional, o Secretário Regional da Agricultura e Alimentação, agradeceu o serviço “em várias frentes” prestado pelo CNE.
“É uma dedicação de vida. Obrigado pelo serviço que desempenham. É uma verdadeira escola de cidadania e de humanismo, onde se aprende o valor da partilha, da solidariedade e do perdão, tão necessários num mundo em conflito de valores” disse António Ventura.
“O CNE é um ativo fundamental na prevenção e segurança das nossas sociedades, no respeito pela natureza e na ecologia integral, começando pelo cuidado da casa comum” acrescentou ainda.
Já a presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória centrou-se no simbolismo desta celebração.
“Este centenário é um testemunho da união que o movimento construiu. Que o caminho prossiga, porque se todos pensarmos que somos apenas um grão de areia, juntos formamos uma praia”, disse Vânia Ferreira.
A voz da juventude escutista fez-se ouvir pelo testemunho de um pioneiro e de uma caminheira.
Daniel Medeiros, pioneiro, afirmou que no escutismo encontrou “valores e uma forma de viver” que o “ inspira todos os dias”.
“Servir, liderar e deixar marca é o que nos move. Este movimento lembra-nos que o verdadeiro caminho faz-se em comunidade, porque é na diferença que está a força” disse ainda o jovem.
Já Bruna Ferreira, caminheira, salientou o significado do momento: “Celebramos não só um século de história, mas o nosso próprio caminho. O escutismo é uma forma de estar, de viajar, de aprender e de formar cidadãos conscientes. Honramos o legado e continuamos a escrevê-lo.”

Durante este fim de semana foi ainda lançado um selo comemorativo do centenário, desenhado pela escuteira Inês Medeiros, numa parceria entre os CTT e Núcleo Filatélico de Angra.
A celebração do centenário decorreu entre 22 e 25 de agosto na ilha terceira reunidos cerca de 500 escuteiros de todas as ilhas.