
Para muitos será a primeira visita a Roma, mas o que os responsáveis pela catequese nos Açores pretendem é que a participação de cerca de 100 catequistas açorianos no Jubileu dos Catequistas, que se realiza no Vaticano de 26 a 28 de setembro, seja um momento “revitalizador” pela “experiência” em grupo, pela “proximidade” ao sucessor de Pedro e pela visita aos lugares históricos da cristandade.
“O Papa Francisco, quando instituiu o Jubileu pediu que este Ano Santo mexesse com as pessoas, que fosse uma ocasião para mexer com a Igreja, para mexer com tudo. E eu sinto que isso está a acontecer. O Jubileu está a mexer connosco, está a mexer com a Igreja, está a mexer mesmo com as pessoas que não são de Igreja e julgo que este movimento acabará por dar frutos” refere o padre Bruno Esteves Rodrigues, o novo responsável pela catequese na diocese de Angra.
“Penso que será uma ocasião para revitalizarmos as nossas energias, para estarmos junto dessa rocha firme que é o sucessor de Pedro. A preparação tem sido muito intensa, com oração e com uma vivência de comunidade muito interessante” referiu ainda o sacerdote a propósito do grupo de 27 catequistas do Pico e do Faial que se deslocará a Roma.
“Depois de voltarmos de Roma, viremos sem dúvida com o coração a transbordar ao jeito de quem fez uma experiência de Pentecostes. Os catequistas têm esta missão de regressar e de traduzir em gestos concretos aquilo que viveram em Roma” diz ainda o padre Bruno Rodrigues que será acompanhado por outro sacerdote, o padre João Ponte, e que terá também a sua primeira experiência em Roma.
“Em 15 anos de sacerdócio nunca fui a Roma e por isso será uma experiência também gratificante para mim, poder viver e experimentar esta alegria de todo o povo de Deus que vai atravessar a porta santa e que vai pedir sem dúvida a coragem de viver no mundo a sua vocação batismal, que é fundamental, e sobretudo trazermos uma energia e a força do Espírito para renovarmos a nossa catequese”, conclui.
Também de São Miguel e de Santa Maria irão cerca de 60 catequistas, incluindo quatro sacerdotes. Para o padre Carlos Simas, coordenador do Serviço da Catequese nestas duas ilhas, é um momento importante pois para muitos será o seu primeiro e último momento deste género.
“O propósito é este mesmo, é ir buscar a motivação ao pilar da Igreja, que é o Santo Padre. Neste Ano Jubilar, em que a esperança está no centro, estar com catequistas de todo o mundo junto ao santo Padre, atravessar a Porta Santa e fazer esta peregrinação é já um sinal de esperança renovada para aquela que é a nossa missão de evangelizadores” refere o sacerdote que depois desta peregrinação abraçará outro serviço como pároco in solidum na Ribeira Grande.
“A catequese tem que ser um lugar de encontro, mas também de compromisso. E é isso que eu espero que o Santo Padre possa transmitir-nos, incentivando-nos a esse compromisso de forma a que possamos levar este Evangelho que é vivo ao coração de tantas crianças e adolescentes, jovens e até adultos para se comprometerem cada vez mais com as comunidades e com esta Igreja que é a Igreja de Jesus Cristo, que tem Jesus Cristo como seu pilar, seu fundamento”, disse o padre Carlos Simas sublinhando que estes catequistas que vão a Roma são pessoas que fizeram na sua maioria a formação já no novo itinerário catequético que está a ser implementado a nível nacional e que este ano também chegará a São Miguel e Santa Maria.
Além da peregrinação integrada no Jubileu- O encontro com o Papa, a passagem da Porta Santa na Basílica de São Pedro e a Missa do Jubileu, também presidida por Leão XIV, os dois grupos de catequistas irão viajar até Assis, “o que será também uma experiência inolvidável” refere o padre Carlos Simas.
“Faremos um itinerário de visitas religiosas procurando ir a todas as basílicas papais de Roma, bem como aos museus do Vaticano, pois será um momento único”, conclui o sacerdote. Também haverá uma passagem pelo túmulo do beato Carlo Acutis, que nessa altura já será santo pois a sua canonização está agendada para domingo próximo.
O programa geral, tornado publico pelo Vaticano, inicia-se na sexta-feira, 26 de setembro, com os diferentes grupos a “peregrinarem à Porta Santa”. A partir das 18h30 realiza-se uma Vigília de oração na Basílica de São Pedro”.
A 27 de setembro, a partir das 10h00, a praça de São Pedro acolhe a «Audiência Jubilar» com o Papa Leão XIV. Segue-se a eucaristia para todos os catequistas da lusofonia que vai realizar-se na Igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma, a partir das 12h00.
“Estamos certos de que seremos muitos catequistas a falar português e a todos convidamos a celebrar a eucaristia no sábado, dia 27 de setembro, a partir das 12h00”, explica ao EDUCRIS a irmã Arminda Faustino, responsável pelo Departamento de Catequese no Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC).
Inicialmente este momento havia sido preparado “para a comitiva de 40 responsáveis diocesanos pela catequese, que vai a Roma em representação da catequese em Portugal”, mas é agora alargada “à lusofonia aproveitando os muitos grupos de catequistas” de Portugal, Brasil, Angola, Guiné, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Timor-Leste, que marcarão presença no «Jubileu dos Catequistas», em Roma.
Da parte da tarde, e a partir as 16h30, haverá “catequeses nas Igrejas, divididos por grupos linguísticos” em locais ainda a anunciar pela organização.
“Este é um mês de recomeços na catequese, com muitas atividades e reencontros. Este «Jubileu da Catequese» vai, por certo, ser uma festa, um momento de muita alegria, de aprofundamento também da nossa fé, junto do Papa Leão XIV, que é, ele mesmo, o primeiro catequista”, completa a irmã Arminda Faustino.
O Jubileu dos Catequistas termina no domingo, dia 28 de setembro, com a eucaristia, celebrada na praça de São Pedro, a partir das 10h00, e sob presidência do Papa Leão XIV. Para a ocasião estão previstas as instituições de alguns catequistas de vários continentes.
De Portugal, para além de Angra, participam ainda grupos organizados de catequistas do Porto, Braga, Viseu, Leiria-Fátima, Lisboa e Algarve.