Nove sacerdotes da cidade de Ponta Delgada concelebraram hoje na Igreja Jubilar da ilha de São Miguel

A Igreja de Nossa Senhora da Esperança, Santuário do Senhor Santo Cristo, foi palco, esta tarde, da celebração jubilar que assinalou uma peregrinação da ouvidoria de Ponta Delgada à Igreja Jubilar da ilha, numa concelebração presidida pelo padre Marco Sérgio Tavares, com a participação de nove sacerdotes da maior ouvidoria da diocese, onde se apelou a que este Jubileu não termine sem deixar frutos visíveis na vida dos fiéis.
Logo no início da homilia, o sacerdote recordou o caminho feito ao longo do Jubileu: “Estamos a fechar o Jubileu porque fomos peregrinos da esperança nesta Igreja e em tantas outras”, disse o padre Marco Sérgio Tavares.
O presbítero alertou para os perigos de uma fé vivida sem esperança, partilhando um testemunho marcante: “Há muitos anos, numa das paróquias onde estive, um irmão romeiro, depois de uma semana de caminhada, foi encontrado morto. Tentou-se explicar tudo, mas a verdade é que aquele irmão acabou a vida sem esperança”.
Para o sacerdote, este episódio continua a interpelar a Igreja e os cristãos a serem sinais de vida e de sentido.
Citando o apelo dos Papas Francisco e Leão, afirmou que os fiéis não foram chamados a uma atitude passiva: “Fomos convidados a sermos peregrinos da esperança, não para ficarmos parados e de braços cruzados. O Jubileu precisa de sinais e eles são dados por nós”. Esses sinais, frisou, começam na família: “Todos viemos de um pai e de uma mãe. Não ficaram parados, deram-nos vida e puseram-nos neste mundo para marcarmos a diferença, para sermos únicos e autênticos”.
Numa leitura do tempo presente, o sacerdote reconheceu as fragilidades da sociedade atual: “Este ano tem sido uma pandemia de funerais. As pessoas não estão bem, a saúde não está bem, a política não está bem e a Igreja, muitas vezes, também não está bem”. Perante este cenário, questionou: “Fazer discursos bonitos para quê?”, defendendo uma Igreja que abre portas à ação concreta: “O Jubileu fecha a porta, mas nós abrimos janelas, corações e a alma”.
Afirmando que a Igreja da Esperança é uma “casa da esperança, uma casa de âncora”, lembrou que “todos precisamos de âncoras”.
Como exemplo de esperança simples e transformadora, partilhou a carta de um aluno escrita no âmbito de um exercício escolar: “Queremos o professor sempre alegre, não fique triste, porque há muita gente que gosta de si”.
Para o sacerdote, “estes são sinais de júbilo e de alegria de que o mundo, a cidade e a ouvidoria tanto precisam”.
O padre Marco Sérgio Tavares sublinhou ainda que “não há amor maior do que o de José e Maria, que nos deram o Menino Deus”, aquele que “marca o tempo, há um antes e um depois”. Referindo-se ao momento vivido, afirmou: “Vivemos um verdadeiro kairós. Este é o dia. É preciso amar hoje, ser hoje, caminhar hoje”. E acrescentou: “Se caminharmos sozinhos chegamos mais depressa, mas se caminharmos juntos chegamos todos”.
No final, reforçou o desejo de continuidade do espírito jubilar: “Nós precisamos que o Jubileu não acabe. Há tanto para fazer, há tanto para mudar, há tanto para ajudar”. A celebração terminou com o cântico do Magnificat, num gesto de união com toda a Igreja, após um ano vivido intensamente “na fé, na esperança e na caridade”, enviando os fiéis de regresso à vida quotidiana “revigorados, como discípulos que renascem para uma vida nova”.
Este domingo, na missa das 12h00, o reitor do Santuário encerará formalmente o jubileu nesta Igreja que regressará na segunda-feira aos horários habituais: Missa de segunda a domingo às 8h00; às sextas feiras, também às 9h00 e ao domingo às 12h00. De segunda a sexta-feira há confissões entre as 8h30 e as 11h00 e Adoração Eucarística entre as 16h00 e as 17h00, encerrando depois.