O mundo precisa de cristãos que “olhem e vejam mais além” tornando o “invisível visível” mesmo diante das adversidades, diz padre Rui Silva

Ouvidor eclesiástico de Santa Maria é o pregador das festas de Santa Maria Madalena, que arrancaram esta tarde no Pico

O pregador das Festas de Santa Maria Madalena, cuja novena preparatória arrancou esta tarde, na ilha do Pico, desafiou os presentes a imitarem o “discipulado e a fidelidade” revelados por Maria Madalena, mesmo diante das adversidades.

“Se seguirmos Maria Madalena ela diz-nos que é preciso olhar em frente e arregaçar as mangas, acreditando no amor de Deus”, afirmou o padre Rui Silva, ouvidor eclesiástico da ilha de Santa Maria que até à Solenidade de Santa Maria Madalena, no dia 22 de julho, pregará a novena preparatória e o dia da festa da padroeira do maior concelho da ilha montanha.

A partir da liturgia proclamada e da natureza do discipulado daquela que foi “a grande testemunha da Ressurreição de Jesus”- a “mulher de olhar puro”-, o sacerdote desafiou os participantes na novena a olhar para o mundo “com os olhos da fé” despertando em todos aqueles que cruzam o seu caminho “o gosto pelo amor de Deus”.

“Devemos aproveitar esta semana para olhar para o nosso interior em vez de olharmos para o interior dos outros; temos a grande missão de tornar visível o invisível” disse o padre Rui Silva, natural de São Miguel.

“Hoje não vemos nem queremos ver o que se passa à nossa volta; nem olhamos para ver olhos nos olhos, o que se tornou uma banalidade… Até parece que queremos fugir de nós mesmos” afirmou desafiando à recuperação de uma “bondade perdida”.

“Parece que perdemos a bondade de olhar para os olhos dos que quem connosco se cruzam, quando sabemos que uma troca de olhares pode mudar uma vida”, disse.

“Parar e olhar é fazer renascer a vida” enfatizou o sacerdote lamentando que os cristãos, muitas vezes desanimados baixem os braços com medo do compromisso.

“Nós temos muita dificuldades em olhar nos olhos  porque isso compromete-nos”, referiu .

“Precisamos de olhar além de nós; olhar para a outra margem pois são tantos os caídos que precisam do nosso olhar e da nossa atenção” referiu ainda desafiando os fieis presentes, e os que seguiam pelas redes sociais e pela Rádio Pico, que vai transmitir toda a novena, diariamente às 19h30, a olhar “com os olhos mais perto do coração do que da cabeça”.

“O tempo hoje até pode ser um tempo difícil mas não podemos  deixar cair os braços” referiu sugerindo mais ” simplicidade e fidelidade”.

“Deus não gosta de grandezas; mostra-se a quem nada espera” lembrou ainda.

Esta novena “é uma ocasião para um renascimento concreto que faça acender em nós o pavio da alegria e nos faça percorrer o caminho de amor de Deus”  e não “apenas para cumprir tradição ou nove dias para dar seguimento a uma página do calendário mas que seja um momento para incendiar o coração, não deixar ninguém para trás, cuidando uns dos outros” concluiu o sacerdote.

A festa de Santa maria Madalena decorre até dia 22 sob o lema Comunhão, Participação e Missão, três dos reptos lançados em chave sinodal por Roma, em fase de preparação para o Sínodo dos Bispos de 2023.

“Que os nossos olhos sejam luzes da esperança num mundo estranho e incerto como são os de Maria Madalena” disse ainda o sacerdote que hoje completa 19 anos desde a sua missa nova, celebrada na Igreja do Santíssimo Salvador do Mundo, na Ribeirinha em São Miguel.

“Que  esta seja uma semana abençoada”, disse, por seu lado, o pároco, padre Marco Martinho, que é também o ouvidor eclesiástico da ilha do Pico.

Na celebração durante a Oração dos fieis, os picoenses rezaram  entre outros pela nomeação rápida de um novo bispo para os Açores.

Na  primeira missa da novena de Santa Maria Madalena concelebraram ainda os padres João Bettencourt das Neves e João Ponte.

(Foto da paróquia de Santa Maria Madalena)

 

 

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