
O Papa pediu hoje que os bispos sejam “firmes” no combate aos abusos e próximos dos pobres, falando durante um encontro por ocasião do Jubileu.
“O bispo ser firme e decidido no tratamento das situações que possam dar origem a escândalos e de todos os tipos de abuso, especialmente contra menores, respeitando as disposições em vigor”, disse Leão XIV, na Basílica de São Pedro.
Os eventos jubilares dedicados aos bispos, provenientes de cerca de 50 países do mundo, entre os quais Portugal, iniciaram-se com a passagem da Porta Santa, esta manhã, antes do encontro com o pontífice.
A reflexão do Papa abordou várias dimensões do ministério episcopal, referindo que um bispo deve ser “pessoalmente desapegado das riquezas e não cede a favoritismos com base nelas ou noutras formas de poder”.
“Os pobres devem encontrar nele um pai e um irmão, não devem sentir-se desconfortáveis ao encontrar-se com ele ou ao entrar na sua casa”, acrescentou.
Num Ano Santo dedicado à esperança, Leão XIV assinalou que “por vezes, proclamar que a esperança não engana significa ir contracorrente, mesmo contra a evidência de situações dolorosas que parecem não ter saída”.
“Sobretudo quando o caminho do povo se torna mais penoso, o pastor, pela virtude teologal, ajuda-o a não desesperar: não apenas com palavras, mas com a sua proximidade”, apontou.
“Quando as famílias carregam fardos excessivos e as instituições públicas não as apoiam adequadamente; quando os jovens se sentem desiludidos e nauseados por mensagens ilusórias; quando os idosos e os deficientes graves se sentem abandonados, o bispo está próximo e oferece não receitas, mas a experiência de comunidades que procuram viver o Evangelho na simplicidade e na partilha.”
O Papa desejou que todos os bispos sejam “verdadeiramente próximos, solidários com aqueles que sofrem”.
“O pastor é testemunha de esperança com o exemplo de uma vida firmemente ancorada em Deus e totalmente entregue ao serviço da Igreja”, sustentou.
A reflexão abordou questões como a unidade, a prudência pastoral, a pobreza, o celibato ou a sinodalidade como “dimensão da vida da Igreja”.
“Na pregação, na visita às comunidades, na escuta dos presbíteros e dos diáconos, nas escolhas administrativas, tudo é animado e motivado pela caridade de Jesus Cristo pastor”, acrescentou Leão XIV.
“Com a sua graça, que recebe todos os dias na Eucaristia e na oração, o bispo dá um exemplo de amor fraterno ao seu coadjutor ou auxiliar, ao bispo emérito e aos bispos das dioceses vizinhas, aos seus colaboradores mais próximos e aos sacerdotes em dificuldade ou doentes. O seu coração é aberto e acolhedor, assim como a sua casa.”
No fim da reflexão, o Papa convidou os participantes a ser “homens de comunhão, a promover sempre a unidade no presbitério diocesano, e que cada presbítero, sem excluir ninguém, experimente a paternidade, a fraternidade e a amizade do bispo”.
A celebração concluiu-se com a profissão de fé, por todos os presentes.
Depois do Jubileu dos Seminaristas, entre segunda e terça-feira, e do Jubileu dos Bispos, celebrado hoje, o calendário do Ano Santo prossegue com o Jubileu dos Sacerdotes, que se inicia esta tarde com catequeses em 12 igrejas do centro de Roma, por grupos linguísticos.Esta quinta-feira, os padres presentes em Roma celebram Missa na Basílica de São Pedro e fazem a peregrinação jubilar às Portas Santas das Basílicas papais, antes da vigília de oração, no Vaticano, às 19h00 (menos uma em Lisboa).
Ainda a 26 de junho, o Dicastério para o Clero promove um encontro internacional com o Papa Leão XIV, destinado a todas as pessoas empenhadas na Pastoral Vocacional e na formação nos seminários. O encerramento das celebrações jubilares acontece na sexta-feira, com a Missa da solenidade do Coração de Jesus, presidida pelo Papa na Basílica de São Pedro, às 09h00 (08h00 em Lisboa), com ordenação de 31 padres, provenientes de vários países, entre eles Angola e Brasil. |
(Com Ecclesia)