Papa recorda guerra na Ucrânia e fala em “terrível crueldade” para a população

O Papa recordou hoje, no Vaticano, as vítimas da guerra na Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro, falando numa “terrível crueldade” para a população.

“Perseveremos na proximidade e na oração pelo querido povo ucraniano, que está a viver uma terrível crueldade”, disse, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação do ângelus.

A 12 de agosto, Francisco e o presidente da Ucrânia conversaram sobre a situação no país.

“Conversei com o Papa e informei-o sobre a agressão da Federação Russa contra a Ucrânia e os seus crimes horríveis. Estou grato ao pontífice pelas suas orações pela Ucrânia”, escreveu Zelesnky.

“O nosso povo precisa do apoio dos líderes espirituais do mundo, que devem transmitir ao mundo a verdade sobre os atos de horror cometidos pelo agressor na Ucrânia”, acrescentou.

A 6 de agosto, o Papa recebera em audiência o embaixador da Ucrânia junto da Santa Sé, Andrii Yurash.

“A Ucrânia espera pelo Papa há muitos anos e, especialmente, desde o início da guerra. Ficará feliz por recebê-lo antes da sua viagem ao Cazaquistão”, escreveu o diplomata, na sua conta do Twitter.

Um dia antes, Francisco tinha recebido no Vaticano o responsável pelo Departamento das Relações Externas do Patriarcado de Moscovo, metropolita António.

Em julho, o Papa reafirmou a vontade de visitar a capital da Rússia e da Ucrânia, respetivamente Moscovo e Kiev, para “servir a causa da paz”.

Francisco vai estar no Cazaquistão, de 13 a 15 de setembro, para participar no VII Congresso de Líderes de Religiões Mundiais e Tradicionais.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de seis milhões das quais para outros países, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

O Papa manifestou, igualmente, preocupação pela situação na Nicaragua, onde a Igreja Católica tem sido alvo de atos de repressão, por parte do regime de Daniel Ortega.

“Sigo de perto, com preocupação e dor, a situação criada na Nicarágua, que envolve pessoas e instituições”, disse Francisco, após a recitação do ângelus, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.

Nas últimas semanas, o governo da Nicarágua prendeu três sacerdotes e um bispo, D. Rolando Álvarez, atualmente em prisão domiciliária.

O governo de Daniel Ortega fechou ainda oito emissoras de rádio ligadas à Igreja Católica e expulsou do país Missionárias da Caridade, congregação religiosa fundada por Santa Teresa de Calcutá.

“Gostaria de manifestar a minha convicção e o meu desejo de que, através de um diálogo aberto e sincero, ainda se possam encontrar as bases para uma convivência respeitadora e pacífica”, apelou o Papa, desde a janela do apartamento pontifício.

“Peçamos ao Senhor, pela intercessão da Puríssima [Virgem Maria] que inspire, nos corações de todos, esta vontade concreta”, acrescentou.

O núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) na Nicarágua, D. Waldemar Stanislaw Sommertag, foi expulso em março, numa decisão criticada pelo Vaticano.

A tensão entre o regime de Ortega e a Igreja Católica, agudizou-se nas semanas que antecederam as eleições presidenciais de 2021, das quais sairia vitorioso Daniel Ortega, depois de mandar prender vários pré-candidatos da oposição.

O secretário-geral da ONU mostrou-se “muito preocupado”, esta sexta-feira, com a repressão exercida pelo Governo nicaraguense sobre organizações e figuras da sociedade civil, várias delas ligadas à Igreja Católica.

António Guterres apelou ao respeito dos direitos de “todos os cidadãos”, com especial atenção ao de reunião, e das liberdades de associação e religião, entre outras, segundo o porta-voz Farhan Haq.

(Com Ecclesia)

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